A produção de morangos está em pleno vapor no Paraná e, em algumas regiões, a colheita deve acontecer até o início do próximo ano. O principal produtor da fruta no País é Minas Gerais, porém o Paraná, junto com São Paulo e Rio Grande do Sul, também disputam uma fatia do mercado nacional. No ano passado, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura, foram colhidas 16.269 toneladas. O morango é plantado em uma área total de 577 hectares dentro do Estado, em 155 municípios.

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A região de Curitiba é a principal produtora, tendo 191 hectares destinados ao plantio, registrando em 2009, uma colheita de 6142 toneladas, o que corresponde a 38% da produção estadual. Depois dela, vem a região de Jacarezinho, no norte pioneiro, com 114 hectares e 3.869 toneladas colhidas, que totalizam 24% da produção.

Entre os municípios do Paraná, o que mais produz é São José dos Pinhais, em uma área de 63 hectares. No ano passado, a cidade foi responsável por 2316 toneladas, o que representa 14% da produção estadual. São José é seguida de Jaboti, no Norte Pioneiro, (que planta em 60 hectares, e em 2009 colheu 2100 toneladas), Araucária (40 hectares e 1320 toneladas), Londrina, no Norte, (23 hectares e 710 toneladas) e São Tomé, no Noroeste, (20 hectares e 700 toneladas).

“Na fruticultura do Paraná, a participação do morango no volume de produção é pequena, de apenas 1%. Por outro lado, a fruta tem participação de quase 10% na renda gerada pela fruticultura, pois tem alto valor agregado. Em 2009, toda fruticultura gerou R$ 870 milhões de renda. O morango é responsável por R$ 78 milhões”, diz o engenheiro agrônomo do Departamento, Paulo Andrade.

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Por exigência do mercado, as variedades de morango plantadas mudam com frequência. Atualmente, as principais são a Camino Real, a Ventana e a Albion. Porém, também são utilizadas, entre outras, a Camarosa, Diamante e Aromas. “A partir de 1996 começamos a plantar mudas chilenas, que são mais produtivas que as nacionais. A consequência disto foi uma melhoria na produção, que também contribuiu para que o morango se tornasse uma fruta acessível a uma parcela maior da população”, afirma o engenheiro.

Paulo lembra que, na década de oitenta, o morango era considerado um alimento de elite. Hoje, ele é popular. Até o ano 2000, cerca de 45% dos morangos que eram vendidos nas Centrais de Abastecimento do Paraná eram originários de Minas Gerais. Hoje, 70% do produto comercializado nos locais é proveniente do próprio Estado. “O morango produzido no Paraná é comercializado em mercados próximos, pois o produto é bastante perecível. Ele é destinado principalmente ao mercado de frutas frescas. Porém, também existe utilização na fabricação de geleias, polpas e outros derivados”.

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Como a fruta é altamente suscetível a doenças, sempre ficou bastante conhecida por ser cultivada com uso de grande volume de agrotóxicos. Mas Paulo afirma que a quantidade utilizada hoje já é bem inferior do que a usada no passado. “A produção orgânica no Estado ainda é pequena, sendo correspondente a apenas 10% do total. Porém, hoje há uma preocupação grande com a produção integrada, que é a utilização de conceitos e técnicas agronômicas na condução das lavouras, com foco na produção de alimentos seguros e sem danos ao meio ambiente”, comenta. “Infelizmente, a produção orgânica ainda é mais cara que a convencional, fazendo com que o produto também chegue com um preço mais alto ao consumidor final”, completou Paulo.

Entrega gratuita de mudas

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A Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), adquiriu 150 mil mudas de morango e as entregou gratuitamente aos cerca de 165 produtores existentes na cidade. As mudas eram das variedades Camino Real e Camarosa. Com a distribuição, o objetivo foi ajudar os produtores a incrementarem a própria renda familiar. Este ano, a administração municipal adquiriu 20 mil mudas a mais do que no ano passado. A iniciativa foi realizada como parte do Programa do Morango, criado em 2009.

Um dos beneficiados foi o produtor Adão Duran, que é responsável pela chácara Dois Irmãos e trabalha, há nove anos, com morangos orgânicos. “Este ano, plantei quase 20 mil mudas. Dez mil me foram doadas pela prefeitura, o que fez com que eu tivesse economia de R$ 3.400”, afirma adão.

O produtor realizou o plantio no último mês de julho e iniciou a colheita em setembro. Ele vende a fruta a empresas da região de Araucária. “O morango é colhido todo dia, sendo que chegamos a tirar quatro frutas a cada dia de um único pé. Cada pé chega a produzir um quilo. Por isso, nossa expectativa, para este ano, é colher 20 mil quilos. No mercado, o quilo do morango orgânico chega a alcançar R$ 8”, conta o filho de Adão, Reginaldo Duran, que também trabalha na produção. No total, no município de Araucária, são produzidas cerca de quatro toneladas de morango a cada ano.

Visitantes de chácara podem comer a fruta direto do pé

Quem nunca teve o prazer de colher e comer um morango direto do pé pode fazer isso na chácara Morango Natural, em Colombo, também na Região Metropolitana de Curitiba. Há dezesseis anos produzindo a fruta de maneira orgânica, o local é aberto à visitação, atraindo principalmente famílias e grupos de escolas.

“Nos finais de semana e feriados, recebemos muitos visitantes. As crianças ficam encantadas com os pés de morango, que plantamos em estufamos. Explicamos sobre a preparação do terreno, o plantio, a colheita e as vantagens do morango orgânico, que é livre de agrotóxicos”, explica a responsável pela chácara, Vera Lúcia Maschio.

Na Morango Natural, existem três áreas destinadas ao plantio do morangos, sendo que a cada ano uma área é utilizada. A rotatividade no uso dos locais, de acordo com Vera, garante produção maior e de melhor qualidade. “O volume de produção varia de ano a ano, dependendo do clima. Este ano, plantamos cerca de 10 mil mudas”.

Entre os pés de morango, são plantados pés de cebola. Estes servem de repelente para insetos que podem vir a atacar tanto as frutas quanto as folhas, sendo considerados uma das curiosidades presentes na chácara. Os morangos produzidos são vendidos aos visitantes no próprio local. Cada bandeja da fruta é comercializada a R$ 4, sendo que também são disponibilizados licor e geleia.