Produção da indústria cresceu 13% em junho

A produção industrial do País deu novo salto em junho, com expansão de 13% ante igual mês do ano passado. Foi o melhor resultado nessa base de comparação desde fevereiro de 2000 (15,93%). Em relação ao mês anterior, foi o quarto mês consecutivo de crescimento (0,5%). As elevações contínuas levaram o setor a fechar o primeiro semestre com aumento de 7,7% na comparação com igual período de 2003, impulsionado sobretudo pelas exportações e pelo bom desempenho na produção de bens duráveis, principalmente automóveis e eletrodomésticos.

As vendas externas foram o “principal fator de estímulo” para o crescimento da produção industrial porque deram impulso aos bens de capital e produtos duráveis, destacou o chefe da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales. “O fator exportação bate direta e indiretamente sobre o ritmo da produção”, disse.

“Esse é o indicador definitivo de crescimento. Se a expansão da indústria fosse zero daqui para a frente, mesmo assim ela cresceria 6,5% este ano, o que é condizente com o avanço de 4% do PIB neste ano”, afirmou o analista da Tendências, Júlio Callegari.

Diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Gomes de Almeida considerou que a indústria já passou da fase de recuperação. “O ganho da indústria já está além da recuperação, que teve início no fim de 2002, mas foi interrompida”, disse. Tanto ele quanto Cal-legari acreditam que a produção industrial vai avançar 7% em 2004.

O segundo fator de impulso da produção no semestre, segundo Sales, foi dado pelas melhores condições de crédito, que elevaram a atividade das indústrias de bens de consumo duráveis. Mas ele destacou que isso ocorreu tanto pelas exportações quanto pelo início de um processo de reação das vendas domésticas de carros e eletrodomésticos.

Em junho, a indústria novamente atingiu o maior nível de produção da série histórica, após o recorde alcançado em maio. Segundo Sales, a tendência de alta da produção é uma realidade, mas o efeito estatístico que está tornando as comparações com igual período do ano anterior muito elevadas “vai começar a atuar contra” a partir de julho.

Ele explicou que o aumento da produção em junho, ante igual mês do ano passado, teve forte influência estatística. Junho do ano passado foi considerado o “fundo do poço” da produção industrial. A recuperação do setor teve início em julho de 2003 e, por isso, o efeito será menor a partir de agora. Apesar desse impacto, Sales disse que a indústria está mantendo realmente um forte ritmo de recuperação, que pode ser comprovado com o aumento de 3,1% na produção no segundo trimestre, ante o primeiro trimestre.

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