Produção automotiva foi menor no semestre

A produção automotiva paranaense ficou abaixo da produção nacional nos cinco primeiros meses do ano. Enquanto no Paraná houve variação positiva de 3,20% de janeiro a maio em relação ao mesmo período do ano passado, a produção nacional aumentou em 12,65%. Um dos motivos é a greve de sete dias na montadora Audi/Volkwswagen, localizada em São José dos Pinhais, ocorrida em maio. Também o fim da produção do modelo Saveiro no Paraná e a transferência para a unidade de São Bernardo do Campo (SP) contribuiu para o desempenho ruim.

Os dados foram divulgados ontem pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e Departamento Intersindical de Estatística Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

Em maio, a produção automotiva fechou com queda de 4,03%. O setor que mais influenciou negativamente foi automóveis de passageiros e uso misto, com queda de 8,34%. A Audi apresentou redução de 52,54% em sua produção com relação ao mês anterior, a Volkswagen, queda de 26,13%, enquanto a Renault, alta de 28,84%. Outros setores fecharam o mês com crescimento na produção.

Janeiro a maio

No ano, a maior queda ficou por conta de veículos comerciais leves (camionetas de cargas), cuja produção foi reduzida em 38,77%. Já a produção nacional apresentou aumento de 43,65%. A Nissan registrou queda de 4,27%, enquanto a Volkswagen, redução de 100%, com a transferência da produção do Saveiro para São Bernardo do Campo (SP). Já a Renault registrou aumento de 369,05%.

Na categoria automóveis de passageiros e uso misto, a produção teve aumento de 7,47%. A Volkswagen foi a única que registrou aumento (21,40%), enquanto a Audi e a Renault, redução de 38,85% e 0,40%, respectivamente.

Já os comerciais pesados fabricados pela Volvo foram responsáveis pelo bom desempenho no ano: aumentaram 49,33%, contra a média nacional de 19,20%. A produção de caminhões aumentou 47,57% e de ônibus, 79,53%. “A demanda por caminhões cresceu sobretudo por conta da safra agrícola e exportações”, explicou o economista do Dieese-PR, Cid Cordeiro. Também a produção de ônibus se deve ao crescimento das exportações.

Na categoria máquinas agrícolas automotrizes (Case New Holland), as colheitadeiras tiveram crescimento de 42,30%, enquanto os tratores de rodas, queda de 9,86%.

Mudança de perfil

De acordo com Cid Cordeiro, o perfil automotivo paranaense está mudando. “Antes a produção era destinada bastante à exportação. Agora, a tendência é que as exportações caiam proporcionalmente em relação à exportação”, afirmou. Um exemplo é o modelo Golf, cujas vendas se focalizam no mercado externo. A Volks/Audi no Paraná continua produzindo o veículo -mas não o modelo mais novo , mas aumentou substancialmente a produção do Fox, principalmente o modelo quatro portas. De acordo com Osmar Gruber, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, a montadora Volks/Audi produz média de 700 veículos por dia, dos quais 419 são Fox quatro portas. A produção da versão duas portas é de apenas 53 por dia, segundo ele.

A relação entre produção e exportação também pode ser verificada em números. Enquanto a produção no Paraná aumentou 3,20%, as exportações caíram 7,40% de janeiro a maio.

Nivel de emprego cresceu

O número de empregos nas montadoras cresceu 2,64% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 7.438 funcionários para 7.635 – incremento de 197 postos de trabalho. Já, no ano, houve queda de 0,26% – em janeiro eram 7.638 trabalhadores e, em março, 7.632.

Esse dado negativo, no entanto, deverá ser revertido nos próximos meses. É que de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, a montadora Audi/Volkswagen abriu terceiro turno e contratou em junho 1,1 mil trabalhadores. Com isso, a linha de produção passa a contar com aproximadamente 2.500 funcionários, de acordo com Osmar Gruber, diretor do sindicato.

No primeiro trimestre, a montadora que mais contratou foi a Case New Holland, que registrou aumento de 28,54% em seu quadro de funcionários. Em seguida vem a Volvo (10,40%). A Audi e a Renault registraram diminuição, com queda de 4,78% e 7,38%, respectivamente. (LS)

Voltar ao topo