Procon-SP: cartão de crédito é principal alvo de queixas

O Cadastro de Reclamações Fundamentadas da Fundação Procon-SP mostra que, no ranking das 50 companhias que mais receberam queixas em 2010, 14 estão no setor financeiro. Novamente, protestos a respeito de cartões de crédito representam a maior parte das queixas. “Mais uma vez o cartão de crédito é o assunto mais reclamado”, disse hoje a supervisora da Área de Assuntos Financeiros e Habitação do Procon-SP, Renata Reis, após divulgação dos números da capital paulista.

As transações não reconhecidas pelos clientes representam a maior parte das reclamações sobre cartões de crédito. Em seguida estão os envios de produtos não solicitados pelo consumidor e cobranças abusivas de tarifas. Renata destacou o “esforço” das empresas na questão da segurança dos cartões e no combate às fraudes, mas reconhece a dificuldade em resolver esses problemas. “As empresas se preocupam em colocar o produto no mercado, mas não conseguem resolver as fraudes na mesma medida”, diz.

O segmento de assuntos financeiros foi responsável por 7.563 das 31.509 reclamações registradas pelo Procon-SP em 2010, ou 24%. De acordo com a fundação, o aumento real do consumo e a facilidade de acesso ao crédito ampliou a base de clientes do setor. No entanto, segundo o Procon-SP, as empresas deixaram de implementar cuidados especiais para esses novos consumidores “carentes de informação e atraídos por inúmeras ofertas”, o que levou às queixas.

Bancos

Segundo colocado no ranking geral – responsável por 5% de todas as reclamações recebidas em 2010 -, o Grupo Itaú figura pelo segundo ano consecutivo como o maior alvo de queixas no setor financeiro. Lançamentos não reconhecidos em cartão de crédito, cobranças de tarifas em financiamentos e cartões, cobrança de taxa por emissão de boleto e garantia estendida foram os principais motivos de protesto.

O Santander passou da 19ª colocação em 2009 para 9º em 2010. De acordo com Renata, boa parte das queixas se deve à cobrança de tarifas atreladas à conta corrente. “A empresa veio ao Procon-SP mostrar que vai mudar a política de cobrança de tarifas, mas como isso só vai ser implantado agora, ainda não tem reflexo no cadastro”, explica. O Santander se destacou também pelo porcentual de reclamações não atendidas: 79,2% das queixas ficaram sem solução em 2010.

Com relação ao Bradesco, que passou da 7ª colocação em 2009 no ranking geral para 3º, fusões e aquisições, em especial a compra do Banco Ibi S/A, justificam grande parte das reclamações. De acordo com Renata, o Bradesco tem dificuldade em fechar procedimentos para investigar as queixas relativas aos cartões do Ibi. “Esse procedimento demora muito, às vezes meses para que a questão seja resolvida e o consumidor, ressarcido”, afirma.

Voltar ao topo