Previsão de queda de estoque do fumo gera disputa pelo produto no Sul

Com a redução da área plantada e a instabilidade climática, a previsão inicial de 703 mil toneladas de fumo não deverá se concretizar. A Fetraf-Sul (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar) prevê que a colheita não deve passar das 600 mil toneladas Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Esse fato está gerado uma grande disputa pelo tabaco e a orientação é que os agricultores familiares se organizem em grupos para a negociação com as fumageiras.

Visando o benefício dos agricultores familiares, ainda no ano passado, A Fetraf-Sul abriu um canal de diálogo com o Sindifumo. ?Entendemos que o caminho para garantir melhores preços é a negociação coletiva?, destaca o secretário geral da Fetraf-Sul, Marcos Rochinski. ?Estamos desenvolvendo todo um trabalho de diversificação nas propriedades rurais. Queremos que os agricultores familiares plantem menos fumo e busquem alternativas a essa produção?, afirma.

A diminuição da produção é uma tendência mundial. Hoje o estoque ideal mundial seria de oito milhões de toneladas. Com a estabilidade do consumo e a queda na produção mundial, o estoque hoje não ultrapassaria os 5,3 milhões de toneladas. O Brasil hoje é o segundo maior produtor e maior exportador de fumo no mundo.  85% da produção brasileira de tabaco é exportada.

Justiça determina que indústrias fumageiras indenizem fumicultores

O Ministério Público do Trabalho no Paraná ajuizou, no mês de dezembro, seis Ações Civis Públicas (ACP) contra as indústrias fumageiras que mantêm contratos de integração no Estado do Paraná. Além das indústrias fumageiras, o MPT incluiu nas ações a Associação dos Fumicultores do Brasil (AFUBRA) e o Sindicato das Indústrias do Fumo (Sindifumo). A Justiça do Trabalho deferiu os pedidos liminares propostos pelo MPT nas Ações Civis Públicas e determinou que as empresas fumageiras abstenham-se de firmar com os produtores rurais do Paraná contratos com cláusulas abusivas, como as que exijam exclusividade na venda do produto e imponham que as vendas sejam feitas apenas às empresas filiadas ao Sindifumo.

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