Premiê da China confirma déficit comercial em março

O superávit comercial da China tem caído nos últimos meses, levando a balança comercial para um déficit de cerca de US$ 8 bilhões no início de março, disse hoje o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao. O déficit, que seria o primeiro mensal desde abril de 2004, pode enfraquecer os argumentos em defesa da apreciação do yuan, em um momento em que a pressão internacional pela valorização da moeda tem crescido.

O crescimento econômico chinês no ano passado “foi atingido basicamente com base na demanda doméstica”, afirmou Wen. Desde então, o superávit chinês tem diminuído e, no primeiro terço de março, a China registrou um déficit comercial de cerca de US$ 8 bilhões. “Para ser honesto, estou muito feliz com isso”, acrescentou o premiê chinês.

Os comentários seguem-se a declarações feitas no domingo pelo ministro do Comércio da China, Chen Deming, alertando para o fato de que a China registrará déficit comercial em março. Os números finais não devem ser divulgados antes de 11 de abril, mas as revelações das autoridades chinesas demonstram aumento na defesa pelo governo de uma política que arranca fortes críticas de seus parceiros comerciais.

O Departamento do Tesouro dos EUA deve, em seu relatório semestral sobre políticas de câmbio de 15 de abril, decidir se classificará formalmente a China como país manipulador de moeda. As declarações de Wen não devem, no entanto, diminuir a pressão do legislativo norte-americano para que a administração Obama tome uma ação contra a China por manter sua moeda valorizada.

Pequim diz que sua política cambial ajuda a estabilizar a economia mundial, mas há críticas no exterior de que os exportadores chineses são beneficiados em relação aos seus concorrentes pela manutenção da moeda subvalorizada. A China mantém o yuan praticamente inalterado em relação ao dólar desde julho de 2008, encerrando uma apreciação gradual iniciada em julho de 2005.

Alguns economistas dizem ainda que a apreciação do yuan pode ajudar a China a conter os riscos inflacionários, ao reduzir o custo das matérias-primas importadas e reduzir o ritmo da demanda de fábricas exportadoras. Pequim diz que a moeda não está subvalorizada. Enquanto enfrenta pressão da indústria doméstica para não permitir a valorização do yuan, o governo chinês diz que a recuperação econômica, embora melhor que na maioria das economias, precisa ser consolidada. As informações são da Dow Jones.

Voltar ao topo