Preços públicos sobem dez vezes a inflação

Os preços administrados em Curitiba aumentaram 3,85% em junho, ou seja, 3,47 pontos percentuais acima ou 10,13 vezes mais que a inflação (IPCA/IBGE), que fechou em 0,38%. No acumulado do primeiro semestre, as tarifas públicas aumentaram 7,55% na capital paranaense, enquanto a inflação teve variação de 2,90%. Nos últimos doze meses, os preços monitorados carregam alta de 18,50%, ao passo que o IPCA registrou aumento de 8,29% no período.

Os comparativos foram divulgados ontem pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) e Senge/PR (Sindicato dos Engenheiros do Paraná), que divulgaram também o custo médio dos serviços públicos para uma família curitibana: R$ 348,48, ante R$ 335,56 em maio.

O mês passado concentrou aumentos de energia elétrica (10,96%), assinatura de telefone fixo (14,01%), pulso telefônico (7,67%), gás de cozinha (3,53%), gasolina (1,11%) e diesel (0,52%). O único item a apresentar redução de preço foi o álcool (-2,04%). O consumo de 201,41 quilowatts de energia elétrica passou de R$ 54,58 para R$ 60,56. O pacote de assinatura básica de telefone residencial mais 250 pulsos (além dos 90 de franquia) saltou de R$ 49,52 para R$ 54,83. Já o bujão de gás de 13 quilos foi vendido a R$ 26,38 – contra R$ 25,48 em maio.

De acordo com os dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o litro da gasolina em Curitiba foi comercializado em média a R$ 1,634 em junho – contra R$ 1,616 em maio. Para encher um tanque de 40 litros, o curitibano gastou R$ 65,36. Entre as dezesseis capitais pesquisadas pela agência, Curitiba teve o décimo maior preço no último mês. De 23 cidades do Paraná incluídas no levantamento, Curitiba ficou com o quarto menor valor da gasolina. O combustível mais caro foi encontrado em Francisco Beltrão (R$ 1,792) e o mais barato, em Colombo (R$ 1,629). No ranking dos estados, o Paraná aparece em décimo oitavo lugar, com o valor médio de R$ 1,698.

Aumento à vista

Em julho, a estimativa do Dieese é que o IPCA registre variação de 0,7% a 1,0% em Curitiba, quando estarão computados os impactos no mês inteiro dos reajustes da energia elétrica e telefonia, ocorridos no final de junho. A expectativa de novo índice alto também leva em conta o aumento de 3,7% na tarifa de transporte coletivo – que passou para R$ 1,40 no último dia 7 – e de 3,67% na gasolina e de 6% no gás de cozinha, verificadas na primeira semana de julho. Também pode ocorrer uma elevação de 20% nas tarifas postais.

“Com isso, a margem do governo para atingir o limite da meta de 5,5% fica muito estreita para o período de agosto a dezembro. O governo conta com o dólar não oscilando para cima, redução do preço da gasolina e preço dos alimentos sem grande impacto na entressafra”, observa o economista Cid Cordeiro, do Dieese.

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