Preços aumentam 0,33% em setembro

Os preços administrados e monitorados pelo governo aumentaram 0,33% em setembro, elevando para 5,93% o acumulado do ano (janeiro a setembro) e para 14,23% a variação anual (de outubro de 2002 a setembro de 2003). Os percentuais são inferiores à inflação registradas nos mesmos períodos: o IPCA Brasil foi de 0,78% no mês; 8,05% no ano e 15,14% nos últimos doze meses. Em Curitiba os percentuais do IPCA foram, respectivamente, 0,50% no mês de agosto, 6,58% no ano e 13,95% nos últimos doze meses.

O levantamento foi apresentado ontem pelo Dieese-PR – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos no Paraná – e o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR). O custo médio dos serviços públicos para uma família curitibana é de R$ 403,08.

No mês de setembro, cinco produtos apresentaram variação: o seguro apagão, com reajuste de 28,79%, a carta simples (11,11%), o álcool (2,35%) e gasolina (0,87%). O diesel apresentou queda de 0,22%.

O presidente do Sindicato do Engenheiros do Paraná (Senge-PR), Eroni Bertoglio, lembrou que o seguro-apagão foi instaurado na época da crise da energia elétrica. “Por enquanto, o Paraná não está recolhendo, por conta de liminar”, lembrou. A taxa será cobrada até 2006 para financiar usinas para que não haja apagão. “Em agosto e em setembro houve alta, que acumula 49,12% no ano”, apontou o supervisor técnico do Dieese-PR, Cid Cordeiro.

Um dos índices que não aparece na tabela do Dieese mas que foi constatado na prática foi a variação do gás de cozinha – 3,67% nas revendas. “O comerciante do gás está aumentando sua margem de lucro”, analisou Cid Cordeiro, acrescentando que no varejo o gás subiu 5,28% no acumulado de agosto e setembro.

A alta da gasolina também é atribuída à margem de lucro. Entre os municípios do Paraná, Londrina apresentou o combustível mais caro: média de R$ 2,06. Paranavaí apresentou o mais baixo (média de R$ 1,87) e Curitiba ficou na 15.ª posição (média de R$ 1,97). Isso significa que um tanque de 50 litros de gasolina custou R$ 103,45 em Londrina, R$ 98,58 em Curitiba e R$ 93,80 em Paranavaí.

Entressafra e tarifa pública elevam IPCA

A inflação de setembro, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,78% , segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em agosto, a inflação tinha ficado em 0,34%. O mercado já esperava que a inflação saltasse para cerca de 0,70% devido à entressafra agrícola -que pressiona o preço dos alimentos – e à alta das tarifas públicas.

Nos nove primeiros meses do ano, os preços subiram já 8,05%. O índice está muito próximo da meta acertada com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para o IPCA de todo este ano, que é de 8,5%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 15,14%.

Os produtos alimentícios subiram 0,78% ante queda de 0,27% em agosto. A carne foi o produto que mais pressionou o orçamento das famílias subindo 4,30% no mês. A gasolina também ficou 1,61% mais cara. As tarifas também pesaram no bolso do consumidor: os serviços de água e esgoto, telefone fixo e ônibus urbanos tiveram altas de 6,3%, 2,45% e 1,07%, respectivamente.

A maior inflação entre as regiões pesquisadas ocorreu em Salvador (+1,37%) e a menor alta de preços foi registrada no Rio de Janeiro (+0,38%). São Paulo registrou inflação de 0,84%. O IBGE realiza a pesquisa de preços nas 11 maiores regiões metropolitanas do País tendo como referência as famílias com renda de até 40 salários mínimos.

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