Preços administrados tiveram queda de 1,16%

Se a inflação ainda não caiu como esperado, pelo menos os preços administrados e monitorados pelo governo reservaram uma boa notícia para os curitibanos em março. Enquanto o IPCA teve variação de 1,45%, os preços públicos tiveram deflação de 1,16% na capital paranaense, motivada pela redução dos preços dos combustíveis. O indicador foi divulgado ontem pelo Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge/PR) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

Entretanto, a variação dos preços administrados em Curitiba continua superior à inflação no ano (5,74% contra 5,02%) e nos últimos doze meses (19,25% ante 16,57%). De acordo com o estudo, o custo médio dos serviços públicos para uma família curitibana foi de R$ 400,72 – contra R$ 405,44 em fevereiro. A última redução nas tarifas ocorreu em agosto do ano passado (-1,50%). Em fevereiro deste ano, houve alta de 4,62%.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram estabilidade de preços no mês passado. De acordo com o levantamento, o valor médio do litro da gasolina caiu 5,39% (de R$ 2,190 para R$ 2,072), o do álcool recuou 2,74% (de R$ 1,460 para R$ 1,420) e o do diesel diminuiu 0,60% (de R$ 1,502 para R$ 1,493). “Promoções das distribuidoras e reduções das margens de lucro dos postos provocaram a redução dos preços dos combustíveis”, citou o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do Dieese.

“Diferente do cenário de fevereiro, quando havia o ambiente pré-guerra e a incógnita da duração, a confirmação da taxa de juros no mesmo patamar pelo Copom e a valorização do câmbio, no mês passado a guerra já estava acontecendo, o câmbio começou a dar sinais de queda e os juros continuaram altos”, analisou o presidente do Senge/PR, Eroni Bertoglio. Na série histórica da pesquisa, as deflações sempre estiveram relacionadas ao comportamento da gasolina e do gás de cozinha.

Para abril, os técnicos do Dieese projetam variação positiva nos preços administrados, porém inferior aos índices de inflação. “Com a redução dos preços internacionais do petróleo e do câmbio, deveria haver um repasse para menor nos preços”, assinala Cordeiro, ressaltando que o governo espera a definição dos patamares de câmbio e da cotação do petróleo. “A Petrobras deve usar a Cide para criar um colchão para reajustes futuros. Por isso, não deve haver redução a curto prazo no preço da gasolina fixado pela companhia”.

Na primeira semana de abril, o preço médio da gasolina subiu para R$ 2,111, o que representa alta de 1,88% sobre a média do último mês. A margem de lucro das revendas, que no início de março era de R$ 0,114 por litro, saltou para R$ 0,172, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Também foi constatado incremento de 0,75% no bujão de 13 quilos de gás de cozinha (de R$ 30,55 para R$ 30,78). Confirmando-se a pressão menor dos preços administrados, Cordeiro espera uma redução efetiva da inflação em abril.

No primeiro trimestre, os preços administrados que mais encareceram em Curitiba foram: álcool (15,54%), tarifa de ônibus (13,33%), bujão de gás de 45 quilos (9,94%), tarifa de água (8,56%) e telefonia celular pré-paga (8,79%).

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