Preços administrados em queda de 0,63% em março

Os preços administrados e monitorados fecharam o mês de março com queda de 0,63% em Curitiba. A deflação foi puxada pelo setor de combustíveis – gasolina (-8,40%), álcool (-23,26%) e óleo diesel (-0,14%). No acumulado do ano (janeiro a março), o índice apresentou variação de 2,63%, e nos últimos 12 meses, variação de 4,79% – abaixo do índice de inflação medido no município, que foi de 4,83% (IPCA) e 5,21% (INPC). Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), em conjunto com o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR).

Em março, o custo dos serviços públicos com preços administrados por contrato para uma família curitibana foi de R$ 419,85. Em fevereiro, o custo havia sido de R$ 422,51. Os itens que puxaram a inflação em março foram o transporte coletivo (3,03%), pedágio – Ecovia (6,51%), celular-mensalidade (9,01%), celular-minuto (18,87%) e minuto do pré-pago (10,10%), além de gás de cozinha (0,46%).

Para abril, a projeção é que o custo dos serviços com preços monitorados suba para R$ 425,54, com variação positiva de 1,36%. “O índice vai depender do comportamento do preço dos combustíveis. Também haverá o impacto da tarifa de ônibus”, afirmou o supervisor técnico do Dieese, Cid Cordeiro.

Margem de lucro

Para o economista Sandro Silva, do Dieese, a queda no preço dos combustíveis se deve à redução da margem de lucro. Conforme levantamento da instituição, a margem de lucro dos donos de postos era de 11,82% em janeiro e 13,70% em fevereiro, quando os preços médios do litro da gasolina eram, respectivamente, R$ 2,02 e R$ 2,05. Em março, a margem teria reduzido para 9,07%, com o litro da gasolina vendido a R$ 1,88 – segundo menor preço do Estado, entre os 23 municípios pesquisados. “Em fevereiro, Curitiba tinha o quinto maior preço. Essa queda mostra que o valor estava fora da realidade”, comentou Sandro Silva. Entre as 16 capitais pesquisadas, Curitiba ocupa a 13.º posição no ranking de preços. Além disso, foi a capital com maior variação de preço em março (-8,40%).

Inflação

Em março, Curitiba registrou inflação de 0,52% medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) -um pouco abaixo da média nacional, que foi de 0,57%. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,09% – a menor entre as capitais pesquisadas. A média nacional foi de 0,47%. No acumulado do ano, o INPC foi de 2,82% – bem acima da média nacional, de 1,80% – e o IPCA de 2,57% – também acima da média nacional, de 1,85%.

Tarifa de ônibus já subiu 375%

Desde o início do Plano Real, em julho de 94, a tarifa de ônibus já subiu 375% em Curitiba. O último aumento, de 11,76%, entrou em vigor a zero hora de hoje, elevando a tarifa de R$ 1,70 para R$ 1,90. “Se houvesse discussão técnica, poderia ser outro valor. O problema é que houve o predomínio da discussão política o tempo todo”, criticou o supervisor do Dieese-PR, Cid Cordeiro. Tanto o Dieese como o Senge pedem maior democratização nas discussões do aumento de tarifas e planejamento do transporte coletivo de Curitiba, através da reativação do Conselho de Usuários; transparência das informações de custo; mudança no critério de depreciação; atualização dos coeficientes técnicos de consumo; desindexação dos reajustes dos custos de insumos, entre outras mudanças. “A indexação, por exemplo, é resquício do período hiperinflacionário, que não existe mais. Também não há atualização dos coeficientes técnicos de consumo, e a redução do custo médio não é repassada.”

Em Curitiba, a passagem de ônibus ficou acima da variação do salário mínimo, que mesmo com aumentos reais, apresentou reajuste de 270,43% desde julho de 94. Com isso, o município passa a ser capital com a tarifa de ônibus urbano mais cara do País. Em janeiro, ela ocupava a terceira posição, atrás de São Paulo e Campo Grande (R$ 1,70).(LS)

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