Preços administrados ainda em queda

A gasolina, mais uma vez, puxou os preços administrados e monitorados para baixo em Curitiba. O resultado foi queda de 0,94% na cesta de tarifas públicas em agosto, na comparação com julho – o segundo mês seguido de deflação. Com o índice de agosto, os preços administrados acumulam no ano queda de 0,88% e, nos últimos 12 meses, alta de 1,06%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).  

Dos nove itens que compõem a cesta de tarifas públicas em Curitiba, três registraram queda e apenas um, aumento. A gasolina foi o item que mais pressionou as tarifas públicas, com queda de 5,14% e o preço médio do litro passando de R$ 2,491 em julho para R$ 2,363 no mês passado. O gás de cozinha também ficou mais barato (-0,13%), assim como a telefonia fixa (-0,44%). Na outra ponta, o transporte coletivo registrou alta de 0,83% na comparação com julho, devido ao menor número de domingos no mês. É que desde o início do ano passado está em vigor em Curitiba a tarifa social de R$ 1,00 aos domingos. Com estas variações, os serviços públicos para uma família curitibana custaram, em média, R$ 480,90 no mês passado.

Combustíveis

O recuo de 5,14% no preço da gasolina em Curitiba foi o maior entre as 16 capitais pesquisadas pelo Dieese em agosto. Em sete delas, o combustível ficou mais caro, com destaque para João Pessoa, onde o preço médio do litro passou de R$ 2,506 para R$ 2,727 (alta de 8,82%). Já em relação ao preço, Curitiba apresentou a segunda gasolina mais barata (a R$ 2,363), atrás apenas de Florianópolis (R$ 2,352).

De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, a queda do preço da gasolina em Curitiba se deve ao recuo na distribuidora, onde o preço médio do litro passou de R$ 2,21 para R$ 2,18, e à margem de lucro dos donos de postos, que caiu de R$ 0,27 por litro para R$ 0,18. O economista alertou, porém, que a margem de lucro dos postos deve voltar a subir em setembro. ?A margem passou de R$ 0,12 por litro na última semana de agosto para quase R$ 0,25 na primeira semana de setembro?, apontou ele.

Já no Paraná, o preço médio da gasolina ficou em R$ 2,402 – o mais baixo entre os 27 estados brasileiros. O maior preço médio foi verificado no Mato Grosso (R$ 2,947), conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O álcool combustível, apesar de não fazer parte da cesta de tarifas públicas, também registrou queda no preço – de R$ 1,529 em julho para R$ 1,504 no mês passado. O recuo, segundo Sandro Silva, se deve ao aumento da produção, que não vem sendo acompanhado na mesma proporção pela exportação. ?Em volume, o aumento de exportação do álcool combustível pelo Paraná cresceu 3% entre janeiro e julho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a produção cresceu muito mais?, explicou. ?Pode ser que isso esteja pressionando o preço no mercado interno.?

Comparando os dados desse ano com os do ano passado, o que se verifica é que a diferença de preço do álcool vem caindo. Entre julho de 2005 e julho de 2006, o álcool ficou 24% mais caro. Já de agosto do ano passado para este ano, a diferença caiu para 19%. Segundo o economista, dificilmente o preço do álcool vai retornar aos patamares do ano passado – em julho de 2005, era possível encontrar o litro a R$ 1,00 em Curitiba. Assim mesmo, a expectativa é de queda no nível de preço.

Para setembro, o levantamento da primeira semana indica alta de 0,09% nas tarifas públicas. O economista do Dieese-PR aposta, porém, em variação maior, especialmente por conta da gasolina, que deve subir mais no decorrer deste mês. 

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