Rio – A conta média dos telefones móveis está caindo ano após ano. O valor da receita líquida média por usuário para as operadoras móveis era de R$ 82,49 em 1999. Foi caindo progressivamente e, no ano passado, esse valor chegou a R$ 46,74, uma redução de mais de 40% sobre o valor de 1999. O assunto preocupa a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

“É uma preocupação como fazer para que a conta média não caia muito”, diz o gerente-geral de Comunicações Pessoais Terrestres da Anatel, Nelson Mitsuo Takayanagi. “O valor da conta média aqui, tirando os tributos, é muito baixo. Nos Estados Unidos, a conta média está em torno de US$ 20 (equivalente a cerca de R$ 60)”, afirma.

A queda da conta média ocorreu junto com o aumento do número de usuários. As linhas de telefonia móvel eram 15 milhões no fim de 1999 e, ao final do ano passado, 37,5 milhões. Em agosto deste ano chegaram a 40 milhões. Não é uma coincidência. Os usuários de maior poder aquisitivo, que tendem a gerar contas médias mais altas, tiveram acesso aos aparelhos celulares antes e na expansão do sistema estão sendo incorporados cada vez mais usuários das classes de renda mais baixa.

Nesse processo, a população de menor poder aquisitivo mostra preferência pelos planos pré-pagos, em que não precisam pagar assinatura mensal e têm maior controle sobre os gastos, ainda que pagando mais caro por cada ligação. Em 1998, os pré-pagos eram apenas 50 mil e não chegavam a 1% do total de celulares.

A receita líquida média por usuários das operadoras móveis com os terminais dos planos pré-pagos no Brasil é de apenas US$ 1,50, segundo o executivo. “Só usam o telefone para receber chamadas”, afirma. De acordo com ele, descontando os tributos e encargos, “é a conta média mais baixa do mundo”.

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