Política estadual para pequenas hidrelétricas

O governador Roberto Requião determinou à diretoria da Copel a realização de estudos que redefinam critérios para a composição de um programa estadual para as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Na reunião realizada ontem, participaram também dirigentes e técnicos do Instituto Ambiental do Paraná e da Secretaria da Indústria e do Comércio. Segundo o governador, na gestão passada, se construíam usinas e a Copel, mesmo sem precisar, comprometia-se a ficar com toda a energia produzida. “A Copel assumia todos os custos da usina, mas sem ser a sua proprietária. Agora isso acabou”, declarou.

Uma das exigências para os novos contratos é que a Copel figure como acionista majoritária. De acordo com Requião, o governo passado fez contratos pelos quais a iniciativa privada não entrava com recursos financeiros. Segundo relatou, algumas empresas levantava dinheiro junto ao BNDES, com a garantia de que Copel compraria energia “por um preço absurdo” e ficavam proprietárias das usinas. O governo não quer afastar os investidores privados interessados em investir na geração de energia. “Eles serão bem-vindos sempre que quiserem investir seu próprio dinheiro, e não o do povo do Paraná”.

Renegociação

Enquanto estuda os critérios que irão nortear a política estadual para o setor, a Copel irá reavaliar e renegociar durante os próximos 30 dias todos os sete contratos de compra de energia produzida em PCHs firmados na gestão anterior. O presidente da empresa, Paulo Pimentel, garantiu que serão adotados, nessas negociações, os mesmos princípios éticos e legais observados nas negociações dos grandes contratos já discutidos pela estatal. “A orientação do governador Requião é de que os contratos sejam respeitados, mas que em nenhum momento o interesse público seja deixado de lado”.

Pimentel acrescentou que existem dez novos aproveitamentos elétricos de pequeno porte em fase de projeto aguardando viabilização no Paraná. “Nesta reunião, fomos orientados pelo governador a participar apenas dos empreendimentos em que a Copel possa figurar como sócia-majoritária, para melhor proteger o interesse da população”, disse.

Quanto às restrições das autoridades monetárias para a concessão de financiamentos a empreendimentos onde uma empresa pública seja majoritária, Paulo Pimentel mostrou-se bastante tranqüilo. “Confio no trabalho que o governador Requião fará para mudar isso.”

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