PMI indica queda de produção no Brasil, diz consultoria

A queda do PMI Industrial do Brasil em novembro para o nível mais baixo dos últimos 16 meses sugere que, após sair da “recessão” no terceiro trimestre deste ano, o quarto trimestre também deve ser “decepcionante”, afirma a Capital Economics em relatório assinado pelo economista para mercados emergentes, David Rees. Em novembro, o PMI Industrial do Brasil caiu para 48,7, ante 49,1 em outubro. Segundo a consultoria britânica, apesar de a relação com os dados da produção industrial calculados pelo IBGE não ser tão forte, uma leitura de PMI abaixo de 50 sinaliza uma queda na produção nos próximos meses.

A Capital Economics destaca que as quedas foram espalhadas uniformemente entre a maioria dos subíndices que compõem o PMI: a produção caiu para 46,9, de 48,8, e as novas encomendas de exportação, para 48,8 (de 49,7). “Nesta base, não há nenhum sinal de que um real mais fraco está ajudando a estimular uma recuperação da produção”, pondera. A consultoria acrescenta que a queda no índice de emprego, para 48,6 em novembro, ante 49,6 em outubro, é outro sinal de que o crescimento econômico mais fraco está começando a pesar sobre o mercado de trabalho brasileiro.

“Finalmente, tanto os preços de insumos pagos pelos produtores quanto os preços dos produtos vendidos aumentaram, sugerindo que as pressões sobre a inflação permanecem altas”, afirma. Diante disso, a Capital Economics diz no relatório que espera uma nova alta de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic) na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa nesta terça-feira, fazendo com que a Selic chegue a 11,5% ao ano. “Em suma, não há nada aqui que sugira que a combinação de fraco crescimento e inflação alta está sendo deixada para trás”, conclui.

Diferente do Brasil, a Capital Economics destaca no relatório que o PMI Industrial do México subiu para 54,3 em novembro, de 53,3 em outubro, configurando a leitura mais alta desde janeiro de 2013 e deixando o índice bem acima de 50, patamar que marca a divisão entre expansão e contração. A consultoria ressalta que há sólidos aumentos em vários componentes do indicador referente ao México, o que aponta para uma aceleração sustentada no crescimento da produção mexicana nos próximos meses.

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