Depois da batalha para conseguir aprovar a Medida Provisória dos Portos (MP 595) dentro do prazo, integrantes do PMDB admitiram as dificuldades do Planalto na articulação política com o Congresso durante a votação. “Aqui no Senado, a base saiu fortalecida. Espero que o governo, articulando com os líderes da Câmara, possa reunificar a base e rearticular essa união lá na Câmara”, disse o vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

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Embora concorde que a votação na Câmara foi difícil, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contudo, não acredita em um racha na base aliada do governo, mesmo depois que o líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ), tentou obstruir a votação com a proposta de uma emenda que alterava trechos da MP – a medida pretendia atrair mais investimentos privados para o setor portuário no País. Renan admitiu as divergências, mas minimizou embates do partido com o PT e aliados na Câmara. “O PMDB e o PT vivem talvez o melhor momento da aliança política. O que importa é o resultado. A aliança está posta, consolidada, nós estamos vivendo, do ponto de vista da aliança, um grande momento”, disse o presidente do senado.

Para Romero Jucá, o PMDB saiu unido da discussão, mas acredita que, com a base governista na Câmara, será preciso restabelecer o diálogo. “Teve discussões na Câmara, mas (o partido) terminou marcando posição a favor e ajudando na aprovação da MP. Aqui tivemos a posição do presidente Renan, a minha também, conduzindo sessões para aprovar dentro da maior normalidade. O PMDB foi decisivo para a aprovação da MP. A base do governo sai unida aqui no Senado. Na Câmara, são os líderes da Câmara que devem falar.”

Vetos

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Jucá ressaltou não ver questões divergentes no texto que justifiquem vetos presidenciais. “O governo deve avaliar bastante a questão dos vetos. Existem dispositivos que foram modificados no relatório do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), ele aprovou o relatório por unanimidade na comissão. Eu não vejo questões divergentes. Acho possível procurar entendimento. Cabe às ministras Gleisi (Gleisi Hoffmann, da Casa Civil) e Ideli (Ideli Salvatti, Relações Institucionais) articularem junto com as lideranças no sentido de verificar tudo o que pode ser aproveitado nessa proposta. Quanto menos veto, melhor”, ressaltou.

Conforme o Estado de S. Paulo revelou nesta sexta-feira, 17, a presidente Dilma Rousseff deve vetar pelo menos cinco artigos da proposta, optando por regulamentar algum ponto por decreto.

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contudo, diz ser “natural” a supressão de alguns artigos do que for aprovado no Congresso com vetos. “O processo legislativo só se completa com o veto e depois com a apreciação dele.”