| Foto: Allan Costa Pinto |
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| Cuidar da saúde vai ficar mais |
São Paulo – Maio já chega e, de carona, vem o anúncio do reajuste anual dos planos de saúde. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve divulgar o porcentual máximo aplicado sobre os planos individuais e familiares novos na primeira quinzena do mês, mas as operadoras já fizeram suas apostas: 9% é a previsão da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge). Para tentar driblar o reajuste, a melhor dica ainda é o planejamento, orienta o consultor financeiro Fabiano Calil. ?Sabe-se que aumento tem todo ano. Há plena condição de se programar.? Fazendo as contas com antecedência, a família pode prever se o valor cabe no bolso ou se a saída é reduzir a cobertura do plano.
O limite de correção estabelecido pela ANS é aplicado em todos os planos individuais e familiares adquiridos após 1.º de janeiro de 1999, quando entrou em vigor a Lei 9.656/1998, que regulamentou o setor. Há cerca de 6,5 milhões de pessoas nessa situação. O reajuste, no entanto, é repassado ao consumidor apenas na data de aniversário do contrato. Portanto, ainda há tempo para se programar. No ano passado, o porcentual liberado pela agência foi de 8,89%, menor que o de 2005, de 11,69%, e o de 2004, de 11,75%.
A previsão de aumento de 9% da Abramge está acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses, de 2,96% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A estimativa da entidade é baseada nos valores negociados entre empresas e operadoras para os planos de saúde coletivos, que não são controlados pela ANS – mas ainda é só uma estimativa. A palavra final é da ANS.
Buscar os porcentuais aplicados em anos anteriores e as expectativas do setor é o primeiro passo para calcular que impacto o reajuste terá no bolso do consumidor. ?Qualquer aumento acima da inflação significa perda do poder de consumo?, diz o consultor Calil. Feitas as contas, é preciso decidir entre manter o plano e cortar outras despesas ou mudar a categoria do serviço para pagar menos. Se a família escolher a primeira opção, a solução é atacar o desperdício – e aí estão incluídas desde as multas por pagamentos em atraso até as compras supérfluas.
A segunda opção pode ser mais doída, mas em alguns casos é a única solução para quem não quer deixar de ter alguma cobertura. É necessário atentar às carências, que quase sempre existem quando se contrata um plano, o que dificulta a troca de empresa. Assim, o ideal é pesquisar primeiro entre as opções oferecidas pela própria operadora, aconselha a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro-Teste), Maria Inês Dolci. Caso resolva mudar de empresa, o consumidor pode procurar aquelas que ?compram? a carência de outros seguros.
O tipo de acomodação em hospital para casos de internamento, por exemplo, é um item que faz diferença grande no preço do contrato. ?O consumidor pode optar por um quarto menos luxuoso ou até rever a hospedagem individual?, indica Maria Inês. ?É uma forma de manter o plano pagando menos.?
Outro ponto a atentar é a abrangência da cobertura. ?Se a pessoa não costuma sair muito do seu lugar, vale a pena buscar um plano de cobertura regional, em vez de nacional, ou até buscar o seguro de um hospital específico?, sugere Calil. Há ainda a possibilidade de co-participação, em que as operadoras e os consumidores dividem os custos dos procedimentos. Nestes planos, a mensalidade tende a ser menor.
A rede de médicos e profissionais conveniados com o plano é mais um item que, se for mais restrito, não causa grandes rombos no orçamento depois. ?Uma consulta médica particular eventual não afeta tanto?, diz Calil. ?O importante é ter certeza de que as grandes despesas, com internação ou cirurgia, estejam contempladas. Estas podem de fato afetar o patrimônio.?



