Planejamento financeiro

A administração da finanças pessoais é um fator que diferencia grandemente uma pessoa da outra. Um investidor do outro. Um tomador de crédito do outro.

Se assim é, podemos concluir quão grande é a diferença entre um aplicador e um tomador de crédito, principalmente se os colocarmos num mesmo patamar de rendimentos.

Mas a coisa pode ser mais séria: quem não conhece um sujeito humilde, que ganha pouco e no entanto, tem sua casa, seu carro e ainda viaja de vez em quando? E aquele outro que ganha muito bem, vive “pendurado e não tem sequer uma casa própria?

O celular, o terno Armani, o carro… tudo financiado. E pior: deve a um agiota, pede dinheiro a um amigo para pagar outro.

Há uma linha imaginária, em algum lugar, que diferencia as pessoas por seu perfil de risco: pode ser a necessidade, uma expectativa ou o simples desejo do risco.

O risco não é um destino, mas uma opção. Escolhemos as ações que tomamos, com seus conseqüentes riscos.

A administração desta questão interna é que faz a diferença. Controlar impulsos, dominar instintos ou, ao contrário, arriscar-se um pouco mais que o normal, são ações que podem fazer a diferença entre um aplicador e um tomador de recursos.

Para o aplicador a situação é mais “tranqüila, pois ele oscila entre ganhar um pouco mais, um pouco menos ou, se é dado a grandes riscos, aí sim pode perder grandes somas.

Mas para o tomador de crédito as coisas já se complicam um pouco, porque a decisão é o quanto perder. Na escolha da financeira/banco, taxas, prazos, condições gerais reside o grande desafio.

Para as pessoas com baixo nível de informação sobre o assunto, muitas vezes um “marinheiro de primeiro crédito” recomendamos atenção redobrada. Deve levantar o maior número possível de informações. Ainda restam dúvidas? Pergunte de novo. É imprescindível ter segurança na contratação que está efetivando.

Outro fator importantes é: não se fie em indicações de amigos. O que é bom para um, não necessariamente é bom para o outro, principalmente pelas diferenças pessoais na administração de sua vida financeira.

Não tome atitudes impulsivas, nem aceite pressão do gerente do banco/financeira. Pense bem e avalie todos os pontos antes de tomar a decisão. Para isso há que se ter um cuidado: não se deixe estar em situação desesperadora, procure saídas enquanto ainda há fôlego.

É claro que muitas vezes somos surpreendidos por acontecimentos pouco fortuitos e o problema estoura de uma hora para outra. Aí a solução é ser rápido na pesquisa das melhores condições, ou para quem consegue, num primeiro momento socorrer-se com alguém da família, amigos para, em seguida buscar outras alternativas.

Se você já é um “veterano”, contumaz tomador de crédito e já caiu em algumas armadilhas ou vive “descobrindo um santo, para cobrir outro” não se culpe, assuma isso como um aprendizado, não jogue a culpa em outras pessoas. Repense sua vida financeira, faça um planejamento. Sua estratégia deve ser a de mudar sua percepção do risco. Não é porque já está “atolado” em dívidas que vai sair por aí pagando juros exorbitantes.

Não só a assunção de riscos, mas toda a administração de sua vida financeira mostra quem você é. Quanto mais sensatas suas atitudes nesta área, mais você se aproximará do risco de ganhar mais ou menos, o que, com certeza, é uma posição muito mais confortável.

Joana Del Guercio

é consultora em Finanças Pessoais, realizando cursos e palestras abertas ou in company. Jornalista e gerente de banco por 4 anos, quando adquiriu a experiência que pauta seus artigos. E-mail:
joanaguercio@hotmail.com

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