PIS e Cofins elevam custo do HSBC Brasil em 35%

O Banco HSBC do Brasil projeta aumento de 35% nos custos em 2004, comparado a este ano, em função da alta carga tributária brasileira. O cálculo foi feito pelo novo executivo-chefe (CEO) do banco, Emilson Alonso, considerando somente o impacto das novas alíquotas de PIS e Cofins previstas na Medida Provisória n.º 135/03, levando-se em conta a manutenção da receita registrada neste ano. “Esse valor absoluto é igual à metade da perda de receita projetada para o ano que vem”, salientou Alonso. Ele admite que a elevação da carga tributária teria que ser repassada aos clientes, mas acredita que por causa da forte concorrência no setor, o impacto para os clientes será reduzido.

Apesar desse entrave, as expectativas do HSBC em relação à economia brasileira para 2004 são otimistas. A aposta mais imediata da instituição para expandir negócios no País está concentrada na financeira Losango, que faz parte da filial brasileira do Lloyds TSB – adquirida no mês passado pelo HSBC por US$ 815 milhões. Segundo Alonso, a Losango será a oportunidade do grupo atuar no segmento de baixa renda, oferecendo crédito para consumo. A financeira realiza 6,5 milhões de transações por ano.

Com a tendência de redução dos juros, o executivo espera um aumento também no número de clientes. O mercado fala em acréscimo de 20 milhões de contas bancárias no Brasil nos próximos anos, que se somariam às 40 milhões existentes. Alonso comenta que o estímulo ao uso do cartão de débito reduziu em 30% a emissão de cheques nesse ano. “Enquanto uma folha de cheque custa R$ 1,00, a transação com cartão de débito sai por R$ 0,27”, cita. “Com o aumento do volume de cheques devolvidos, o mercado está preferindo as transações eletrônicas”.

A estrutura do banco, com 938 agências, não terá grandes alterações em 2004. “Vamos apenas realocar algumas para fazer frente às mudanças demográficas”, explicou Alonso. Inaugurações só estão previstas no segmento Premiére, voltadas para o público AA, em Uberlândia (MG) e São Paulo. Já existem duas agências personalizadas em Curitiba – no Batel e no Água Verde. Alonso reiterou que o Brasil está entre os quatro países com maior potencial de crescimento nos próximos cinco anos – ao lado de China, Índia e México – por isso o HSBC mantém a disposição de investir no País.

Segundo o executivo-chefe, o banco não planeja cortes de empregos. “O orçamento para o ano que vem é para 22,7 mil funcionários, o mesmo número atual, demonstrando nossa preocupação com o nível de emprego”, ressalta. De acordo com Alonso, o turn over gira em torno de 10% da base, o que ele considera um processo normal de renovação. Só no atendimento ao público, são 12 mil pessoas. O piso salarial dos trabalhadores do banco é de R$ 700. O Banco HSBC do Brasil tem uma carteira de aproximadamente 4 milhões de clientes pessoa física e de 300 mil clientes pessoa jurídica.

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