Piora a expectativa do consumidor

A expectativa do consumidor com relação aos próximos meses piorou. Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou uma queda de 4,8% no Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor), um indicador numérico composto por opiniões que vão do medo de perder o emprego às expectativas de consumo.

A queda é resultado, na avaliação dos técnicos responsáveis pela pesquisa, do “surto inflacionário do primeiro trimestre, da interrupção da trajetória decrescente de juros (retomada timidamente pouco antes da pesquisa) e do presente momento político”.

Apesar da queda, no entanto, o índice continua elevado, segundo avaliação dos técnicos, uma vez que a confiança ainda está maior que o resultado obtido há um ano, quando houve forte queda no índice pois a população reavaliava o excesso de otimismo gerado pelas eleições.

“Muito embora o índice ainda esteja em um patamar elevado, fica claro que não há ainda um sentimento generalizado dos consumidores de retomada do crescimento. Na verdade, ainda há considerável parcela da população que acredita em uma deterioração de desemprego e inflação para os próximos seis meses. Por outro lado, a percepção de evolução da renda não é totalmente negativa e aponta, ao menos, estabilidade”, diz o boletim divulgado pela CNI.

Emprego

Entre os indicadores que compõem o Inec, apenas o medo de desemprego se manteve “relativamente estável”, segundo a pesquisa, com variação positiva de 0,6% em relação ao último trimestre.

Todos os demais índices apresentaram redução: 8,6% na perspectiva para o ano, 1,4% na satisfação com a vida e 2,6% com relação às compras no trimestre.

A pesquisa aponta que 63,3% dos entrevistados admitem ter medo de serem afetados pelo desemprego, 9,2% já se dizem desempregados e apenas 28% não teriam esse temor.

O indicador de desemprego também piorou 8,6%, o que representa um aumento da população que espera alta do desemprego nos próximos seis meses em relação a dezembro (56% acham que vai aumentar, 22% que vai diminuir e outros 22% que permanecerá estável). No trimestre passado, 49% esperavam alta no desemprego.

Inflação

Com relação à inflação, 51% acreditam que haverá elevação nos próximos seis meses, o que representa uma piora de 10,6% em relação ao trimestre anterior. Apenas 14% acham que a inflação irá cair e 35% acreditam na estabilidade.

Os índices correspondentes às expectativas do consumidor sobre a evolução da renda das pessoas em geral e da sua própria renda caíram 3,1% e 2,1%, respectivamente, em relação a dezembro. A aposta agora é na estabilidade dos rendimentos.

A intenção de compras no próximo trimestre está 2,6% menor, segundo a pesquisa. Apenas 20% disseram pretender comprar mais, 30% comprar menos e 49% manter o nível atual.

A pesquisa do Ibope que serviu de base para a elaboração do Inec da CNI ouviu 2.000 pessoas entre os dias 20 e 25 de março.

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