A Polícia Federal, a Controladoria Geral da União e a Receita Federal deflagram nesta quinta-feira, 11, a quarta fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Máquinas de Lama. Em nota, a PF informou que a investigação tem como objetivo desbaratar um esquema que teria desviado recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos e corrupção de agentes públicos.

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Os recursos desviados passaram por processos de ocultação da origem, resultando na configuração do delito de lavagem de dinheiro.

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Esta nova fase da investigação decorre da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores, cotejados com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas, as quais permitiram aprofundar o conhecimento nas práticas delituosas da organização criminosa. Restaram ratificadas as provas de desvios e superfaturamentos em obras públicas, com o direcionamento de licitações e o uso de documentos ideologicamente falsos a justificar a continuidade e o aditamento de contratos, com a conivência de servidores públicos.

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Os valores repassados a título de propina eram justificados, principalmente, com o aluguel de máquinas. As investigações demonstraram que estas negociações eram, em sua maioria, fictícias, com o único propósito de aparentar uma origem lícita aos recursos financeiros. Em virtude deste estratagema criminoso, a operação foi batizada de Máquinas de Lama.

Detectaram-se também novas motivações para o pagamento de propinas aos servidores públicos e a consequente tentativa de lavagem de dinheiro, dentre os quais a obtenção de benefícios e isenções fiscais.

Os prejuízos causados pela Organização Criminosa ao erário, levando-se em consideração os sobrepreços e desvios em obras públicas e as propinas pagas a integrantes da Organização Criminosa teriam um valor aproximado de R$ 150 milhões.

Estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva, nove mandados de condução coercitiva, 32 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.

As medidas estão sendo cumpridas em São Paulo e Curitiba e em Campo Grande, Nioaque, Porto Murtinho e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Participam das ações aproximadamente 270 Policiais Federais, servidores da CGU e servidores da Receita Federal.