Petróleo tem fechamento recorde em Londres e NY

Nova York (AG) – O barril americano de petróleo encerrou a sessão, ontem, negociado pela primeira vez acima dos US$ 48, quebrando mais um recorde histórico. Em Londres, o petróleo tipo Brent também bateu recorde no fechamento. A disparada nas cotações foi impulsionada pela violência no Iraque e pela preocupação do mercado em relação ao abastecimento global, diante do crescente aumento da demanda em alguns países como a China e a Índia.

O barril do U.S. Light encerrou o dia em recorde, a US$ 48,70, com uma alta de US$ 1,43 (3%), após ter batido os US$ 48,75 durante a sessão, seu maior preço em 21 anos, desde que o barril é negociado na Bolsa Mercantil de Nova York.

Em Londres, o petróleo tipo Brent, referência na Europa, também bateu um novo recorde, encerrando a sessão a US$ 44,33, com uma alta de US$ 1,3 em relação ao dia anterior. A cotação é a maior desde que o contrato começou a ser negociado em 1988.

Ontem, sabotadores incendiaram algumas das principais unidades da companhia de petróleo South Oil Co., localizadas na cidade portuária de Basra, no Iraque. A milícia radical xiita, que apóia o clérigo rebelde Moqtada al-Sadr, havia ameaçado atacar a infra-estrutura petrolífera do sul do país, caso as forças americanas continuassem ocupando a cidade sagrada de Najaf.

No dia anterior, os preços do petróleo, que haviam baixado na segunda-feira, depois da vitória de Chávez no referendo venezuelano, voltaram a subir por causa da ameaça da milícia xiita.

“Esse foi apenas um aviso ao governo (do premier Iyad) Allawi e às forças de ocupação de que iremos bombardear a principal linha de exportação de petróleo no sul do Iraque se eles não saírem de Najaf dentro de 48 horas, colocando fim ao cerco”, disse a milícia em um comunicado colocado na internet e datado de 16 de agosto.

Segundo o ministro do Petróleo do Iraque, as exportações não serão retomadas até que melhore a segurança no país.

O aumento da demanda em função do crescimento de economias emergentes como China e Índia também pressionam o mercado. As refinarias chinesas estão processando uma quantidade de petróleo 17,2% superior à do ano passado, disse o Departamento de Estatísticas do governo na terça-feira. As importações de óleo cru já aumentaram cerca de 40% desde o ano passado.

Também pressionada pela expansão da economia, a maior refinaria da Índia, a Indian Oil Corp. Ltd, informou que espera um crescimento de 4% na demanda este ano. Por sua vez, os Estados Unidos, que consomem em torno de um quarto do óleo produzido mundialmente, deverá ter um aumento de 3,4% em sua demanda.

Dados do governo americano divulgados na quarta-feira mostraram que os estoques do país tiveram sua terceira queda semanal consecutiva e que estão, atualmente, em 293 milhões de barris.

Em uma tentativa de acalmar o mercado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) assegurou nesta quarta que elevou sua oferta em julho, o que aumentará sensivelmente os estoques mundiais no quarto trimestre. O cartel, que está em seu maior nível de atividade desde 1979, estima que a produção poderá aumentar para 30,5 bilhões de barris por dia no mês que vem.

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