O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti, manifestou sua preocupação com a demora na definição das políticas para o plantio do milho safrinha. Ele enviou para o Ministério da Agricultura um conjunto de sugestões que visam agilizar o plantio no Paraná. A principal proposta refere-se à necessidade de viabilizar um seguro adequado às condições de plantio em 2003. O fim do prazo para o plantio está próximo, até meados de março, o que preocupa os produtores.

Pessuti alerta para a importância de apoiar o cultivo do milho safrinha em função da dificuldade de suprir o mercado com a importação de milho. Além do elevado custo em função da desvalorização do real frente ao dólar, países que normalmente abastecem o mercado internacional, exemplo dos Estados Unidos e Argentina, vêm produzindo em grande escala o milho transgênico, dificultando as exportações para países asiáticos e da União Européia, que têm restrições ao produto transgênico o que poderia prejudicar as exportações de aves e suínos.

Reivindicações

Técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e representantes de outras entidades, levaram à Secretaria Nacional de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura as propostas paranaenses, ressaltando a necessidade de implantação imediata de medidas que viabilizem o plantio. Os produtores reivindicam um seguro adequado às condições de plantio do milho safrinha em 2003. Da forma como está, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) se opõe a fazer o resseguro do plantio do milho safrinha para as companhias seguradoras, o que tem dificultado que o seguro seja oferecido ao produtor rural.

As empresas seguradoras resistem em conceder o seguro para a cultura até que seja definido um zoneamento agrícola oficial para o plantio. O Iapar já possui estudos sobre a melhor época de plantio para o milho safrinha, que precisam no entanto de uma aprovação definitiva. O problema foi discutido durante uma reunião com a presença de técnicos do Deral com os representantes da Superintendência do Banco do Brasil, na última terça-feira, em Curitiba. Durante o encontro, foi salientada a necessidade de manter um elevado nível de tecnologia para a cultura, visando a garantia de uma boa colheita.

Responsável por 50% da produção da segunda safra de milho no País – o milho safrinha, o Paraná pretende este ano expandir o plantio em 19% da área, obtendo um acréscimo de 93% na produção, passando de 986 mil hectares para 1,2 milhão de hectares e 2,1 milhões de toneladas para 4 milhões de toneladas.

Agricultura familiar

Embora o milho safrinha não seja predominante na agricultura familiar, Pessuti propõe que duas medidas complementares sejam adotadas no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf). A primeira refere-se à alocação de recursos para a cultura, considerando que para os médios e grande produtores o problema já estaria resolvido, faltando o agricultor familiar. Outra medida, seria a autorização de enquadramento no programa de seguro oficial Proagro -, que corresponde a 2% sobre o valor emprestado. O Proagro é uma espécie de seguro de crédito com baixo custo para os produtores.

A produção de milho safrinha é de vital importância para a economia do Estado, com ênfase nas atividades: suinocultura, avicultura e pecuária de leite.

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