Segundo define o Dicionário Aurélio, elite é o que há de melhor em uma sociedade ou grupo. É uma minoria prestigiada e dominante no grupo, constituído por indivíduos mais aptos ou mais poderosos. E quando a elite se refere a indivíduos mais favorecidos financeiramente, pelo menos no Brasil, isso realmente está ligado a uma minoria, pois apenas 6% da população – cerca de 11 milhões de pessoas – está no topo da pirâmide social. E são eles que definem o que a maioria da população pensa: que o dinheiro traz felicidade.
Foi o que revelou uma pesquisa feita pelo professor de Marketing, Ética e Relacionamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Peruzzo.
O levantamento foi feito durante o mês de novembro, em todo o Brasil, e ouviu 2,4 mil pessoas. Segundo Peruzzo, foi identificado que 6% da população faz parte das classes A1 e A2, famílias com renda superior a R$ 6.563,73 – segundo parâmetros da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado (Abipeme). Para 91% dos entrevistados o dinheiro traz sim felicidade, desde que venha de origem ética, e o desejo de acumulá-lo não deve ser visto como algo negativo. ?O dinheiro é a recompensa de quando você é qualificado e da habilidade de mostrar essa qualificação aos outros?, afirma Peruzzo.
Quando o assunto é atividade profissional, 80% se dizem satisfeitos com sua profissão, e 60% afirmam ter um ótimo relacionamento com seus chefes. ?Ver o chefe como um parceiro é um dos pontos de acerto de quem quer ser bem-sucedido?, diz Peruzzo, que acrescenta: ?Se a relação com ele é ruim, a chance de ter um bom rendimento é mínimo?. A respeito do tipo de função que desempenham, 59% dos entrevistados dizem cumprir papéis ao mesmo tempo estratégicos e operacionais. Já 28% têm funções apenas estratégicas e 13% se intitulam profissionais somente operacionais. Para Peruzzo, quanto mais operacional é o trabalho, mais reduzidas são as chances de riqueza, principalmente no Brasil.
A pesquisa reforça que sem formação acadêmica é praticamente impossível fazer parte da elite, pois menos de 5% da amostra conseguiu. Por outro lado, trabalhar diretamente na área de formação (45%) ou em área relacionada (32%) tem praticamente a mesma importância. Mas atuar em um terreno totalmente diferente (16%) diminui de modo significativo as chances de quem quer fazer parte da elite.
O resultado da pesquisa servirá de base para o livro ?Quem pensa manda, quem processa obedece?, de autoria de Peruzzo. Ele quer mostrar que a única forma de ganhar dinheiro é ser estratégico e contratar pessoas para fazer o trabalho, ?pois sozinho ninguém consegue nada?. O levantamento também quer servir como ferramenta de apoio para mostrar como o comportamento da elite pode contribuir para influenciar outras pessoas a melhorar seus rendimentos.
