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Pesquisa aponta mudança mais favorável a crédito nos próximos 3 meses, diz BC

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, divulgou nesta sexta-feira, 5, uma pesquisa feita pela instituição sobre o mercado de crédito no Brasil. O estudo aponta que há uma perspectiva um pouco mais favorável para o crédito nos próximos três meses, embora as condições ainda sejam restritivas.

O levantamento ouviu 46 conglomerados financeiros que respondem por mais de 90% da carteira total do sistema para grandes empresas. O indicador varia de -2 pontos, que representa condições bastante restritivas ao crédito, a +2 pontos, que indica situação favorável.

No caso das grandes empresas, a avaliação sobre oferta passou de -0,87 pontos nos últimos três meses para uma expectativa de -0,70 pontos nos próximos três meses, ou seja, no terceiro trimestre deste ano. No âmbito da demanda, o indicador passou de -0,83 para -0,61.

Para micro, pequenas e médias empresas, a oferta passou de -1,16 para -1,03, enquanto a demanda foi de -0,81, para -0,47. Já para o consumo de pessoa física, o resultado em oferta passou de -0,55 para -0,43, e em demanda foi de -0,70 para -0,61.

O grande destaque foi em crédito habitacional, que em termos de oferta passou de -0,11 para zero, e em demanda foi de -0,67 para -0,22. Já em termos de aprovação, um terceiro aspecto analisado, o indicador passou de -0,33 para +0,11.

Segundo Maciel, a pesquisa mostra uma mudança modesta, mas um pouco mais favorável para o crédito nos próximos três meses. “No crédito habitacional houve uma melhora clara nas condições de oferta e demanda”, afirmou. Por enquanto, no entanto, o crédito segue em desaceleração acentuada, diz ele. Mesmo assim, a queda recente da inadimplência é um aspecto positivo, acrescentou.

Desempenho fiscal

O representante do BC afirmou também que houve uma forte deterioração nas contas dos entes subnacionais de 2015 para 2016. Segundo ele, no ano passado esses entes tiveram superávit de R$ 11,9 bilhões, enquanto no acumulado em 12 meses até maio deste ano o resultado está deficitário em R$ 891 milhões.

“Isso é reflexo do quadro macroeconômico de queda da atividade, que gera uma perda importante de receita”, comentou. Ele pondera que as despesas desses entes não cresceram acima da inflação, porém as despesas recuaram de forma mais significativa, levando a essa deterioração.

Mesmo com essa piora no resultado fiscal dos Estados, a dívida desses entes recuou, graças à revisão nas obrigações deles com a União, que tiveram seu indexador alterado, com efeito retroativo, explicou Maciel.

Questionado sobre a avaliação do BC em relação ao ajuste fiscal, ele não quis responder, afirmando apenas que o ritmo do ajuste irá contribuir para a evolução da inflação, seja por um lado, seja por outro.

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