Curitiba foi escolhida para sediar a primeira fábrica da Perkins Motores no Brasil. Pertencente à empresa Perkins Engines Company Limited – com sede no Reino Unido – especializada na produção de motores a diesel e gás, a fábrica do Paraná iniciou suas atividades em maio deste ano, e hoje tem capacidade para produzir cinco mil unidades/ano. A previsão é que esse número triplique nos próximos anos, chegando a 40 mil motores quando atingir a capacidade plena.
A fábrica paranaense produzirá motores de quatro a seis cilindros para abastecer os fabricantes locais de equipamentos para os setores agrícola, construção civil e geração de energia. Os diretores da empresa não revelam os investimentos no Brasil, mas afirmam que a instalação foi estratégica. “A meta é manter a unidade mais próxima dos clientes”, disse o diretor-geral da Perkins Brasil, José Moreira Neto. Segundo ele, a fábrica hoje está apenas montando os motores vindos do Reino Unido em forma de kit. Mas até 2005 os produtos terão 60% de componentes nacionais.
A Perkins possui participação de 5% no mercado brasileiro de motores a diesel, que inclui todos os tipos de veículos. Porém, no segmento de motores para fora-de-estrada, a empresa possui 25% de market share. Os principais clientes no Brasil são a AGCO e Caterpillar. A nível mundial a Perkins é considerada a maior fabricante do segmento, estando presente no Reino Unido, Estados Unidos, Índia, Singapura, China, Japão, Austrália, Itália, Alemanha e França. No ano passado registrou um faturamento de 600 milhões de libras (US$ 1 bilhão).
Biodiesel
O presidente da Perkins Engines Company Limited e vice-presidente da Caterpillar Inc., Michael Baunton, também reafirmou que a instalação da fábrica no Paraná foi estratégica para o grupo. “Aliado a isso, está a confiança que depositamos na economia brasileira”, ressaltou. Instalada em uma área total de 36.700 m2, com cinco mil metros quadrados de área construída, a fábrica emprega 54 funcionários. A maioria foi absorvida da Detroit Motores, que utilizava a mesma planta fabril e encerrou as atividades em Curitiba.
Para o governador Roberto Requião, a instalação da Perkins deve ser bastante comemorada, porque resolve o problema deixado pela Detroit. Além disso, o grupo poderá participar junto com instituições de pesquisas do Estado, do projeto de desenvolvimento do biodiesel. Requião também espera que a empresa faça parte do conselho automotivo, que está sendo criado para rever a produção da planta automotiva no Paraná. Segundo o governador, apenas 2% da produção paranaense é absorvida pelas montadoras de automóveis, e esse conselho terá o papel de tentar rever essa situação.