O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os países do G-20 concluíram em encontro durante o final de semana que existe uma tendência mundial para a queda de preços no próximo ano. “O perigo maior é de deflação”, disse, durante entrevista de encerramento da reunião, em São Paulo.

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Mantega explicou que alguns países emergentes que estão registrando uma forte saída de capitais em decorrência da crise financeira podem enfrentar um movimento de inflação passageira, porque o fluxo financeiro negativo desvaloriza suas moedas. “Mas esse é um movimento passageiro. A tendência em 2009 é de deflação, acompanhando a desaceleração do nível de atividade econômica no mundo”, disse.

Questionado se o Banco Central brasileiro não iria acompanhar as medidas internacionais de cortes nas taxas de juros, Mantega afirmou que cada país está encontrando uma maneira específica de recuperar a liquidez no sistema financeiro. “Uns abaixaram (os juros) antes, outros depois. Todos devem calibrar a política monetária de acordo com suas peculiaridades”, disse.

Ele voltou a ressaltar que a tendência, a médio e longo prazo, é de queda de preços, e afirmou que as autoridades monetárias saberão regular suas políticas para enfrentar esse novo cenário. Sobre a taxa de juros no Brasil, Mantega afirmou: “Se havia antes preocupação com excesso de demanda, ela dará lugar a outras preocupações. Mas cabe ao Banco Central decidir quando a política vai responder a essas necessidades”.

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Desde abril, o Comitê de Política Monetária (Copom) vinha aumentando a taxa básica de juros brasileira, a Selic (atualmente em 13,75% ao ano) para combater o aumento de preços no País. Diante das perspectivas de agravamento da crise, porém, o Comitê decidiu em sua última reunião, em outubro, manter a taxa no nível em que estava.