Pedágio, telefonia e energia puxam as tarifas públicas

A alta do pedágio, da energia elétrica e da telefonia fixa puxaram para cima as tarifas públicas de julho em Curitiba, que fecharam o mês com variação positiva de 2,94%. O custo dos serviços públicos para uma família curitibana foi de R$ 451,67. Em junho, havia sido de R$ 438,78, enquanto a previsão para agosto é de R$ 456,00. No ano, os preços administrados em Curitiba acumulam alta de 10,41%, e nos 12 meses, 12,96% – índices superiores à inflação. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR) e Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).

Dos 17 itens que compõem a cesta de serviços públicos, seis apresentaram alta. O pedágio do trecho que liga Curitiba a Paranaguá (concessionária Ecovia) foi o que apresentou maior aumento no mês: 29,14%. Em agosto, ainda haverá resíduo, uma vez que o reajuste integral é de 31,15%. A tarifa passou de R$ 6,10 para R$ 8,00.

O telefone fixo também aumentou desde o dia 2 do mês passado – o pulso teve reajuste de 7,19%, e a assinatura, 7,18%. “O aumento pegou parcialmente julho e haverá um aumento menos significativo em agosto”, afirmou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR. Além desse aumento, a telefonia fixa deverá sofrer nova alta ainda este ano, de aproximadamente 7,5%, referente à decisão judicial de voltar o IGP-DI como indexador. O índice será, possivelmente, parcelado em duas prestações: uma em setembro e outra em novembro. Já o aumento da energia elétrica (6,39%) é impacto, ainda, do reajuste autorizado no dia 24 de junho. “O governo repassou aumento de 8,5%, mas o autorizado pela Aneel foi de 14,45%”, salientou o economista.

Outros itens que apresentaram alta foram a gasolina (0,30%), álcool (1,86%) e diesel (3,28%). Já o gás de cozinha fechou o mês com queda de 0,83%.

Margem de lucro

Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontam que o preço do litro da gasolina em Curitiba passou de R$ 1,99, em média, em julho, para R$ 2,09. Na última sexta-feira, subiu para R$ 2,25 em média. “Se permanecer este valor, a margem de lucro do posto será de 20,6% em relação ao preço cobrado pela distribuidora”, afirmou Sandro Silva, do Dieese. Com a última alta, a margem de lucro passou de R$ 0,16 por litro (média de julho) para R$ 0,38. “Historicamente, um percentual razoável seria de R$ 0,16 a R$ 0,18”, completou.

Entre os 27 estados brasileiros, o Paraná ficou em julho na 24.ª posição, com o preço médio da gasolina a R$ 2,07. Entre as capitais, Curitiba apresentava a quarta gasolina mais barata, a R$ 1,99. Já entre os municípios paranaenses, tinha a segunda gasolina mais barata. “Com este aumento, Curitiba deverá ocupar uma posição intermediária no ranking”, afirmou.

O álcool combustível também vem sofrendo sucessivas altas na capital: entre os dias 11 e 17 de julho, o litro custava R$ 0,99 em média; passou para R$ 1,02 na semana seguinte, R$ 1,14 na outra e, na primeira semana de agosto, já custava R$ 1,20. Desde a semana passada, é vendido a R$ 1,35 o litro, em média. A margem de lucro é de aproximadamente R$ 0,30 por litro. A alta é atribuída ao atraso da safra de cana-de-açúcar, mas para Sandro Silva, o motivo de alta pode ser a recuperação do preço do produto no mercado interno.

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