Partiu PDV!

Cinco mil funcionários pedem para sair dos Correios

Foto: Arquivo.

Para o representante dos trabalhadores no conselho de administração dos Correios, Marcos César Alves Silva, o desligamento de 5 mil funcionários de uma vez só é bastante significativo, quase 5% da atual folha de pagamento. “A empresa acaba perdendo um capital valioso, presente na experiência e no conhecimento dos que a deixam”, afirmou. Segundo ele, a empresa está sem concurso desde 2011 e alguns dos que vão sair são carteiros e atendentes, o que pode afetar o atendimento ao público.

O plano foi antecipado pelo Estado em novembro de 2016 e tinha como público elegível 17,7 mil empregados. Os trabalhadores tinham até o fim do dia desta sexta-feira para fazer a adesão. A meta foi colocada pela empresa tendo em vista a média registrada nos últimos planos. Puderam participar funcionários com tempo de serviço igual ou superior a 15 anos e com idade maior ou igual a 55 anos.

Alguns funcionários disseram, sob a condição de anonimato, que adesão foi menor porque o plano foi “mal vendido” e falta confiança dos empregados na atual administração. Além disso, outra preocupação é com o futuro do Postalis (fundo de pensão dos funcionários dos Correios), que registra rombos seguidos desde 2012.

Para incentivar a adesão ao plano, a empresa ofereceu uma indenização que pode chegar a até 35% do salário por, no máximo, oito anos. A indenização – chamada de Incentivo Financeiro Diferido (IFD) – será reajustada anualmente com base na inflação oficial. No caso de falecimento do empregado, a indenização será mantida aos herdeiros.

O benefício tem teto de R$ 10 mil mensais e o cálculo leva em consideração a média dos salários recebidos nos últimos 60 meses e o tempo de serviço nos Correios, além da idade.

A estatal, que tem o monopólio da entrega de cartas pessoais e comerciais, cartões-postais e malotes e pouca concorrência em cidades do interior, fechou 2016 com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões, número próximo ao de 2015. Trata-se do quarto ano consecutivo que os Correios fecham no vermelho. Como mostrou o Estado, a empresa estuda fechar agências em todas as regiões metropolitanas do País para economizar.

Mais de dez anos após ser o palco inaugural do escândalo do mensalão, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ainda sofre, segundo quem acompanha o dia a dia da companhia, as consequências do aparelhamento político-partidário a que foi submetida nos últimos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.