Parmalat vai virar empresa nacional

O presidente da Parmalat Brasil, Nelson Bastos, informou que a empresa está em “franca” recuperação no País e que a tendência é que ela deixe de ser uma subsidiária do grupo italiano e se torne uma companhia nacional. “Nós vamos fazer nos próximos meses, talvez até o final do ano, uma composição com os bancos credores de tal maneira que a Parmalat Brasil tenda a se tornar uma empresa brasileira”, disse Bastos, ontem.

A idéia, segundo o executivo, é que parte do passivo da companhia seja transformado em ações e parte em títulos de renda fixa, que ficarão nas mãos dos bancos credores.

“Os bancos foram apresentados a esses conceitos, com informações detalhadas, e estão analisando a proposta que fizemos. Acho que há uma boa chance deles prosseguirem”, afirmou. De acordo com ele, a proposta foi apresentada aos 17 bancos credores da empresa.

“O grupo italiano se afastará do Brasil. Mas vamos continuar tendo uma relação profícua com a Itália através de um contrato de cooperação industrial e comercial. A companhia brasileira vai ter direito de usar as marcas italianas (Parmalat e Santal), pelo qual teremos tecnologia de produto. Pagaremos para (o grupo italiano) um royalty a partir de um certo ano, no futuro. Esse prazo de carência ainda está sendo negociado”.

Itaperuna

Em cerimônia realizada ontem no Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, a governadora do Estado, Rosinha Matheus (PMDB), firmou termo com o presidente da Parmalat Brasil permitindo que a empresa reassuma a fábrica de Itaperuna (a 365 km da capital do Estado).

A unidade de Itaperuna estava sob intervenção judicial há cinco meses e vinha sendo administrada por um colegiado formado por representantes do governo do Estado, da comunidade e fornecedores de leite da região.

“Com a reintegração da fábrica de Itaperuna, a Parmalat Brasil cria condições efetivas de revitalizar todos os seus negócios”, afirmou Bastos.

O termo que põe fim à intervenção na unidade de Itaperuna prevê a garantia dos empregos e que os fornecedores sejam pagos a cada 15 dias pela Parmalat. Além disso, a companhia terá que manter um valor em duplicada para garantir os pagamentos aos fornecedores caso surja algum problema.

Para Bastos, “o pior da crise já passou”. “Desde que assumimos a gestão da empresa, o faturamento saltou de R$ 29 milhões, em fevereiro passado, para mais de R$ 68 milhões agora em julho. Crescemos portanto, mais de 130% desde que a nova administração assumiu, e pretendemos crescer mais outros 50% até o fim deste ano”, afirmou o executivo.

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