Parceria da indústria do estado com supermercados

Representantes das indústrias paranaenses e dos supermercados que atuam no Estado vão iniciar estudos para propor alternativas de logística e de tributação para viabilizar uma participação maior de produtos locais nas gôndolas dos mercados do Paraná. Esta foi a principal decisão do workshop realizado ontem por iniciativa do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Os dois problemas foram apontados pelos representantes das grandes redes de supermercados presentes no evento como o principal entrave para a expansão das marcas paranaenses nos pontos de venda.

Uma pesquisa realizada pela Fiep mostrou que, em média, a participação dos produtos paranaenses nos supermercados não passa de 10%. No caso de carnes esta participação é ainda menor, de apenas 6%. “Vamos estabelecer uma parceria, uma cooperação estratégica entre as redes de supermercados e as indústrias, aproveitando as potencialidades do nosso Estado”, disse o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. Segundo ele, a proposta é fortalecer as duas instituições – supermercados e indústrias. Para isso, Rocha Loures, propõe que os dois lados se unam para vencer as barreiras.

Valor agregado

O economista José Pio Martins, convidado para falar aos empresários, destacou que o que faz a diferença entre uma Nação desenvolvida e outra não desenvolvida é o valor agregado existente nos produtos regionais. Pio Martins acrescentou que, apesar do discurso da globalização os grandes países, como Estados Unidos, Japão e França, praticam o protecionismo ao produto interno. O economista disse que trabalhando de forma conjunta, supermercados e indústrias podem integrar operações, baratear custos em toda a cadeia e buscar os ajustes tributários e logísticos necessários.

O coordenador do Conselho Temático da Agroindústria e de Alimentos da Fiep, Pérciles Salazar, informou que a intenção da Fiep é também manter um monitoramento permanente dos supermercados que atuam no Paraná para avaliar o índice de participação dos produtos das indústrias do Estado nas lojas das redes.

Para Salazar, o maior problema é a questão tributária. Segundo ele, especialmente nos segmentos de carnes e lácteos resolver esta questão é fundamental. “Os supermercados que compram estes produtos de outros estados recebem crédito de ICMS de 12% ao passo que se comprarem dentro do Estado o crédito é de apenas 7%”, informa.

O presidente da Associação Paranaense de Supermercados – Apras -, Pedro Joanir Zonta, também considera fundamental resolver a questão tributária e buscar alternativas de logística. “As grandes redes têm centrais de distribuição em outros estados e centralizam as compras para todo o Brasil”, informou.

Em relação à questão tributária, Zonta acredita que a situação só vai mudar quando houver uma regra geral que valha para todo o País, sem tratamento diferenciado entre os Estados. Segundo Zonta, para os supermercados interessa priorizar os produtos do seu Estado porque com isso, melhora a arrecadação do Estado e criam-se empregos. “É o nosso consumidor que vai ter mais dinheiro para gastar”, argumenta.

Convenção do comércio atacadista

A Abad – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados, realiza de 10 a 13 de agosto, em Curitiba, no Expotrade Centro de Convenções e Exposições, a Convenção do Comércio atacadista. Em sua 24.ª edição, a Convenção já está consolidada como o mais importante evento para fornecedores de produtos, equipamentos e serviços e para os profissionais do abastecimento no Brasil. O setor atacadista movimentou, em 2003, R$ 64,1 bilhões (a preços de varejo), segundo a ACNielsen.

Para o presidente da Abad, Paulo Pennacchi, “o setor é hoje responsável por 51% do abastecimento nacional e o momento é uma excelente oportunidade para focarmos na discussão da evolução do sistema”.

A Convenção terá entre seus palestrantes o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, que falará sobre as perspectivas de desenvolvimento econômico do País, no segundo dia do evento, 11 de agosto, quarta-feira, às 11h. A abertura da feira terá, também, a presença do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.

A Mostra de Produtos reúne, este ano, 227 expositores. Paralelo ao evento, ocorre a 7.ª edição da Sweet Brazil International, feira promovida pela Abicab – Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados.

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