Paraná prevê recorde na próxima safra de soja

O Paraná poderá ter um novo recorde na produção de soja na safra 2002/2003. A produção prevista é de 10 milhões de toneladas, conforme indica o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, que divulgou ontem a primeira pesquisa de intenção de plantio da safra de verão. A próxima safra começa a ser plantada no mês que vem.

A pesquisa aponta uma tendência de crescimento de 3,7% na área plantada com soja, devendo chegar a 3.417.000 hectares. “A previsão de aumento se deve às condições favoráveis de mercado e à boa liquidez da soja, ao contrário do milho, que tem mercado muito instável”, observa a engenheira agrônoma Vera Zardo, coordenadora de conjuntura agropecuária do Deral.

A safra 2001/2003 do grão, já foi um recorde, chegando a 9.437.600 toneladas. A soja tem sido comercializada a R$ 30,00 a saca de 60 quilos, garantindo uma rentabilidade de 100% sobre o custo total de produção, que é de R$ 15,00. O milho tem rentabilidade inferior. A saca do produto vem sendo comercializada a R$ 13,37 enquanto o custo total chega a R$ 10,97 resultando numa rentabilidade de 22%.

Se confirmada a tendência de crescimento na área de soja, de 3,7%, a lavoura estaria acumulando um aumento de 25% em área plantada nas duas últimas safras, com uma incorporação de 615 mil hectares. A região com indicação de maior percentual de crescimento é o Noroeste do Estado, na região do Arenito-Caiuá, com a entrada da soja em áreas anteriormente ocupadas apenas por pastagens.

Milho e feijão

O mercado instável vem determinando uma queda no cultivo do milho no Paraná. No ano passado, a lavoura já teve uma redução de 20% na área plantada e para a safra 2002/2003, o Deral prevê uma queda de mais 4,6%. A área plantada com a lavoura deve ocupar 1,42 milhão de hectares e a produção estimada é de 7,038 milhões de toneladas.

Segundo o estudo do Deral, a queda de área de milho só não será significativa no Sul do Paraná, nas regiões de Ponta Grossa, Guarapuava, Irati e União da Vitória, onde o relatório indica uma queda de apenas 0,5% na área plantada. “Estas regiões são caracterizadas por pequenas propriedades onde o milho é uma das poucas alternativas econômicas”, destaca Vera Zardo. Somando safra normal e safrinha, o Paraná fecha a produção de milho este ano em 9,38 milhões de toneladas contra 12,6 milhões produzidas no ano passado.

Quebra na safra do trigo

O período de estiagem que se estendeu de final de maio a meados de julho já provocou uma quebra de 12% na safra de trigo deste ano. A conclusão é do Departamento de Economia Rural (Deral), que divulgou ontem um relatório de avaliação da lavoura de inverno.

Com a quebra, a estimativa de produção cai de 2,38 milhões de toneladas para 2,1 milhões de toneladas. Os maiores índices de quebra foram registrados no Norte do Paraná, com uma média de 28,6% de redução. No Sul, Centro-Oeste e Oeste o clima está favorável para a cultura, podendo compensar a queda no Norte.

“Se as condições climáticas continuarem favoráveis nestas regiões a produtividade pode ser maior, compensando a queda no Norte”, acredita Vera Zardo, do Deral. Ela diz, no entanto, que as lavouras ainda estão suscetíveis à geadas tardias e às chuvas na colheita. O trigo começa a ser colhida em setembro e a colheita prossegue até novembro.

 

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