Laboratório

Paraná melhora controle de sanidade animal e vegetal

Com a ampliação e modernização do Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti (CDME) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Paraná terá capacidade para dobrar a quantidade de doenças diagnosticadas no estado, melhorando o trabalho de controle de sanidade animal e vegetal. O laboratório foi entregue ontem e custou R$ 3,7 milhões.

A chefe do centro, Mara Eliza Joineau, explica que o Paraná está credenciado junto ao Ministério da Agricultura e da Saúde para fazer diagnóstico de cerca de 15 doenças, mas a capacidade a partir de agora vai dobrar.

Isto será possível devido ao aumento da estrutura que passou de 1,4 mil metros quadrados para 2,9 mil de área construída, além das novas tecnologias empregadas. O laboratório avançou em relação a biossegurança. As janelas são lacradas com vidro duplo e o ar é filtrado antes de sair, são exemplos.

Um dos setores beneficiados pelas melhorias é a avicultura. O Paraná é o maior exportador do Brasil e agora conta com mais mecanismos para controlar a sanidade dos animais. “Será possível fazer diagnósticos de doenças provocadas por vírus e bactérias”, explica Mara.

Segundo o secretário estadual de agricultura, Valter José Bianchini, já foi feito pedido de credenciamento para o diagnóstico da gripe aviária e também da doença da vaca-louca.

“Apesar de estas doenças não existirem aqui, mostra que o Paraná está preparado, pode preveni-las. É um grande passo”, avaliou. O laboratório não vai fazer testes de febre aftosa. Devido a normas internacionais, as áreas consideradas livre da doença precisam ter laudos feitos em outras regiões.

O CDME realiza por ano cerca de 100 mil exames e faz hoje o diagnóstico de doenças como a peste suína clássica, raiva, leptospirose, brucelose e, na área vegetal, a detecção de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e greening – doença que ataca frutas cítricas.

O governador Roberto Requião participou da solenidade e anunciou a plantação de 200 alqueires de sementes de feijão pesquisadas nos últimos anos pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

A colheita servirá de semente para pequenos agricultores do estado e outra parte será enviada para o Haiti, Cuba e Jamaica que estão sofrendo devido a catástrofes climáticas.

O governador também anunciou que a partir do ano que vem, as prefeituras que não tiverem secretarias municipais de agricultura não receberão nenhuma ajuda do governo estadual em nenhuma área. Segundo o diretor geral da seab, Erlon de Almeida, cerca de 120 municípios não tem secretárias nesta área.

A medida visa fortalecer a agricultura familiar. Das 364 mil propriedades rurais, 330 mil se encaixam neste perfil e são as maiores responsáveis pela produção de alimentos. Durante o encontro, o governador também entregou 151 veículos à Emater para a realização dos trabalhos de campo.