Paraná gerou 12 mil empregos em junho

O Paraná fechou o mês de junho com a criação de 12.066 postos de trabalho, ou seja, aumento do nível de emprego em 0,72%. É o menor volume de vagas geradas desde fevereiro deste ano, quando foram abertos 11.755 postos, e menos do que a metade gerada em maio (25.101). A variação também é menor do que a média nacional, que apresentou crescimento de 0,86%. Apesar disso, junho apresentou o melhor desempenho desde 1990 se comparado aos anos anteriores. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged/Ministério do Trabalho) e foram divulgados ontem, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

Com o resultado de junho, o número estimado de trabalhadores com carteira assinada no Estado é de aproximadamente 1,679 milhão. Os setores que mais criaram vagas no mercado formal no mês foram o comércio varejista (2.473 vagas), agricultura e silvicultura (1.866), produtos alimentares e bebidas (1.527), transporte e comunicação (1.151) e material de transporte (1.092). Grande parte dos empregos – aproximadamente 75% – foram criados no interior do Estado.

Primeiro semestre

No ano (janeiro a junho), o Paraná abriu 94.540 vagas no mercado de trabalho formal, sendo a maior parte delas (76,12%) no interior. O crescimento é de 5,97%. Em relação ao outros estados, o Paraná ocupa a 7.ª posição quanto ao índice. A média nacional é de 4,45%.

De acordo com o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do Dieese-PR, o primeiro semestre de 2004 é “disparado o melhor da série histórica” – desde 1990. No ano passado, o primeiro semestre fechou com a criação de 60.048 vagas, ou seja, 57% a menos do que este ano.

Entre janeiro e junho, o crescimento do emprego ficou concentrado em alguns ramos de atividades: no setor da indústria destacam a de alimentos e bebidas (17.554 empregos), madeira e mobiliário (5.696) e têxtil e de vestuário (4.093). No setor de serviços, destaque para serviços gerais (6.309 empregos), hotéis e restaurantes (6.032), transporte e comunicação (4.270) e ensino (3.338). No setor de comércio, o varejista gerou 12.520 postos de trabalho, enquanto o atacadista, 3.496. Na agricultura, foram criadas 14.352 novas vagas.

Na comparação com o primeiro semestre do ano passado, a agricultura foi o único setor que reduziu o número de postos de trabalho, de 18.096 para 14.352. Na outra ponta, a indústria de transformação cresceu 96% – passando de 20.097 vagas para 39.407 -, o setor de serviços, 66,54%, enquanto o comércio, 64,22%.

Apesar do crescimento do emprego formal, a estimativa é que haja no Paraná aproximadamente 550 mil desempregados, conforme o Censo 2000 divulgado pelo IBGE. Na Região Metropolitana de Curitiba, a estimativa é que a taxa de desemprego seja de 15%, com aproximadamente 200 mil desempregados.

Expectativa

Apesar do bom desempenho do Paraná no primeiro semestre, Cid Cordeiro acredita que 2004 seja encerrado com o número de empregos maior do que o ano passado mas menor do que o gerado no primeiro semestre. É que, historicamente, o desempenho do segundo semestre é pior, com queda em novembro e, eventualmente, em dezembro. “Se o Paraná registrar um bom desempenho no segundo semestre, como foi no primeiro, chegará a 95 ou 100 mil empregos. Senão, deverá fechar em 70 ou 80 mil”, acredita Cordeiro.

Segundo ele, a geração de empregos é o reflexo de sinais da recuperação da economia brasileira. “A marca de 100 mil empregos nunca foi alcançada em toda a série histórica”, salienta ele.

Indústria emprega, mas produção diminui

Enquanto o nível de emprego na indústria de transformação do Paraná cresceu 2,12% em maio em relação a abril, com a criação de 9.666 postos de trabalho, a produção industrial caiu 2,17% no mesmo período. Os dados foram divulgados ontem pelo Dieese-PR e Federação dos Trabalhadores na Indústria do Paraná (Fetiep).

Os setores que mais empregaram no mês foram a indústria de alimentos, bebidas e álcool etílico (5.170 vagas) -especialmente por conta de aves, suínos, açúcar, álcool e óleos vegetais – , seguida por indústria têxtil (1.005) e madeira e mobiliário (937). O economista Sandro Silva, do Dieese-PR, lembra que os três setores vem apresentando desempenho positivo nos últimos três a quatro anos, especialmente pela questão cambial. É que o forte desses setores é o mercado externo.

Já no ano (janeiro a maio), o emprego na indústria cresceu 8,15%, com a criação de 35.100 novos postos de trabalho – a maior parte deles (83,4%) no interior do Estado. Entre os setores que mais empregaram no ano, destaque para a indústria de alimentos e bebidas (16.027 vagas), madeira e mobiliário (5.180) e têxtil (3.279), cujos produtos se destinam especialmente ao mercado externo. Outros setores que cresceram no ano foram material de transporte – montadoras (2.204 empregos), metalúrgica (2.059) e química (1.816).

Na comparação com os primeiros cinco meses de 2003, as contratações cresceram 83,12%, passando de 19.168 empregos para 35.100. Crescimento significativo foi registrado na Região Metropolitana de Curitiba, que passou de 968 vagas no ano passado para 5.801 este ano, puxados especialmente pela indústria metalúrgica e de material de transportes.

Em relação a outros estados, o Paraná ocupa a terceira posição em número de empregos no ano na indústria, tanto em relação ao índice (8,15%) quanto em número de postos de trabalho (35.100).

Produção industrial

A produção industrial em maio registrou queda de 2,17% sobre abril. Um dos principais motivos foi a parada técnica na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. Com isso, o setor refino de petróleo e álcool caiu 11,28% no mês – a maior queda entre todos os setores. Sobre maio de 2003, a produção industrial cresceu 2,38%, enquanto no acumulado do ano houve aumento de 6,37%.

As exportações da indústria também cresceram em maio: 18,16% na comparação com abril, 13,65% em relação a maio do ano passado e 21,33% no acumulado do ano. Já o consumo de energia elétrica caiu 4,22% no mês em relação a abril. Em relação a maio de 2003, houve crescimento de 0,28% e, no acumulado do ano, queda de 0,38%. Sobre a folha de pagamento, houve queda de 2,22% em relação a abril e aumento de 4,29% em relação a maio do ano passado. (LS)

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