Paralisação atingiu 50% dos auditores em Curitiba

Auditores fiscais da Receita Federal promoveram ontem paralisação de 24 horas contra a vinculação do salário ao cumprimento de metas de arrecadação. Em Curitiba, a paralisação teve adesão de aproximadamente 50% da categoria, segundo cálculo do diretor de comunicação da Unafisco Sindical, Mário Mendes de Barros. Segundo ele, a adesão só não foi maior porque em Curitiba há muitos cargos de chefia. ?Há um número grande de chefes que não participam de movimentos de protesto?, comentou. Em todo o Paraná, há cerca de 530 auditores fiscais na ativa.

O protesto se deve à vinculação do salário ao cumprimento de metas de arrecadação. ?No ano passado, o governo concedeu o reajuste salarial no último instante, em junho, para diversas categorias. Nós fomos os únicos, porém, a receber reajuste atrelado ao atingimento de metas (de arrecadação)?, contou. De julho a outubro, o valor pretendido pelo governo foi atingido. Em novembro, porém, a arrecadação ficou um pouco abaixo da prevista, acarretando redução de R$ 14,80 na folha de pagamento dos auditores em janeiro. Em fevereiro, a redução pode ser ainda maior: de R$ 590,00, pelo não cumprimento das metas de dezembro de 2006. A arrecadação líquida ficou R$ 900 milhões abaixo da meta estipulada.

?Nosso papel, como auditores, é fazer com que as pessoas paguem o que devem, não soneguem. Em dezembro, não houve qualquer comportamento ilegal: a Petrobras decidiu dividir os juros de capital próprio e pagou menos tributos?, explicou. Segundo Barros, a categoria não está protestando apenas contra a redução do salário em fevereiro, mas o modelo de reajuste. ?Esse modelo coloca nossa remuneração em risco, principalmente porque as metas são bastante ousadas.?

O protesto de ontem, afirmou Barros, é apenas um alerta ao governo federal. Caso o modelo atual não seja revisto, novas mobilizações – inclusive greve por tempo indeterminado – não estão descartadas. ?A única voz que o governo ouve é a greve?, lamentou. No ano passado, os auditores da Receita Federal pararam por cerca de dois meses, na luta pelo reajuste salarial.

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