Para ministro, decisão da UE tem motivos comerciais

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nesta quinta-feira (31), em Cascavel, durante o Show Rural, promovido pela Coopavel ? Cooperativa Agropecuária de Cascavel, que a decisão da União Européia de vetar as importações de carne bovina brasileira tem motivos comerciais e que deverá ser retificada em no máximo dois meses.

Para o ministro, ao limitar a importação de carne do Brasil, a União Européia lançou por terra oito anos de intensas negociações, colocando regras que não se aplicam ao país. ?Algumas dessas regras, até acredito, foram adotadas por razões comerciais. O Brasil, através de sua diplomacia e do Ministério da Agricultura, está trabalhando para que esta decisão seja modificada o mais rápido possível. Mas de qualquer forma existe uma janela aberta para continuarmos exportando para a Europa, através inicialmente de 300 propriedades?, disse.

Reinhold Stephanes disse que a expectativa do governo brasileiro é que a União Européia autorize a importação de um número maior de propriedades rurais brasileiras. ?Nós apresentamos 2,8 mil propriedades em condições de exportar, porque estão enquadradas nas condições e regras impostas pela União Européia. O Brasil está disposto a seguir as regras, desde que sejam claras. Tanto que já temos um número expressivo de propriedades adaptadas. O problema é que novas exigências poderão eventualmente surgir. O problema não é só de saúde animal. Em termos de saúde animal está tudo em ordem. Não existe nenhum foco de febre aftosa. As medidas foram todas adotadas?, afirmou.

Stephanes ressaltou que a carne brasileira tem qualidade e é exportada para 150 países. ?É bom que se diga que nunca tivemos problema com esses países. O que está pegando são as exigências de ordem burocrática. As questões de produção no Brasil são diferentes das condições de produção na Europa e isto faz com que a União Européia adote medidas que não dizem respeito ao Brasil. Estamos dentro de um processo de discussão e medidas como esta só servem para complicar. Mas não tenho dúvidas de que a União Européia vai rever sua posição?, observou.

O ministro Reinhold Stephanes chegou ao Parque Show Rural da Coopavel, acompanhado do secretário estadual da Agricultura, Valter Bianchini. Eles foram recebidos pelo presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, e depois participaram da assinatura de convênios e contratos de financiamento na agência do Banco do Brasil e do lançamento de novas variedades no estande da Embrapa.

Para o presidente da Embrapa, Silvio Crestana, a decisão da União Européia tem como único objetivo beneficiar os países europeus exportadores de carne, que no passado perderam espaço por conta da doença da ?vaca louca?. ?Agora esses países querem retomar os espaços que ocupavam no mercado internacional?, frisou. A solenidade teve a presença do presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek; do superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Eduardo Requião; do deputado estadual Elton Welter; do presidente da Agência de Fomento do Paraná, Antonio Arten Rycheta; do presidente do Iapar, José Augusto Teixeira de Freitas Picheth; do presidente da Emater, Arnaldo Bandeira; e do presidente da Embrapa, Silvio Crestana.

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