Para Heron, impacto do dólar sobre inflação é restrito

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Heron do Carmo, voltou a relativizar hoje (4) o impacto do dólar sobre a inflação, em especial sobre os preços livres. De acordo com ele, o maior impacto que o dólar possa exercer sobre a inflação se dá via tarifas públicas.

Para o coordenador da Fipe, a puxada do câmbio este ano não é maior do que a do ano passado, quando, no pior momento, o dólar chegou a ser cotado a R$ 2,84. Além disso, diz Heron, na economia real não se consegue passar para os preços a variação da alta do dólar com a mesma velocidade com que a desvalorização ocorre.

Segundo o economista da Fipe, a taxa média do dólar no ano passado ficou em cerca de R$ 2,50 e as empresas mantiveram, para efeito de suas tomadas de decisões, uma taxa entre R$ 2,60 e R $ 2,70. O setor produtivo, por ter um timing diferente do que o mercado tem, acaba sempre trabalhando com um dólar relativamente passado. ?Não há motivos para repasse integral para os preços ao consumidor. Mesmo que fosse feito o repasse total, tanto câmbio como os preços são flexíveis. Da mesma forma que sobem, descem. Não é, porém, o que acontece com as tarifas públicas, que jamais devolvem o aumento, mesmo que o dólar desabe?, diz Heron.

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