Para Dieese, trabalhador pagou estabilidade com desemprego

Um dos pontos negativos da política econômica do Real em seus oito anos foi o baixo crescimento do País e seu impacto negativo sobre o emprego, avalia o diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estudos e Estatítisticas Sócio-Econômicos (Dieese), Sérgio Mendonça.

Ele ressalta que o grande indicador positivo do Real foi a estabilização da inflação. Mas afirma que a estabilidade se deu ?à custa de muitos sacrifícios, principalmente da parte do trabalhador, cuja contribuição para a consolidação do processo foi a perda do emprego?.

Mendonça afirma que Plano Real não conseguiu promover, no decorrer de seus oito anos, o crescimento suficiente para a criação dos postos de trabalho compatíveis com a evolução da População Economicamente Ativa (PEA).

De acordo com o diretor do Dieese, o Brasil precisaria criar cerca 1,5 milhão de novos postos de trabalho por ano para atender as pessoas que chegam para disputar uma vaga no mercado de trabalho e reduzir o estoque de desempregados.

Para isso, o PIB teria de crescer acima de 4% ao ano. Em 2000, diz o diretor do Dieese, quando o PIB cresceu 4,3%, a taxa de desemprego em São Paulo caiu de 19,3% para 17,6%, de 1,715 milhão de desempregados, na média de 1999, para 1,591 milhão, na média de 2000.

?Vale lembrar que foi um crescimento via indústria e que, por isso, as regiões metropolitanas acabaram se beneficiando mais. Mas de forma geral, o desemprego diminuiu no Brasil, diz Mendonça.

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