Para Cepal, América Latina deve ampliar comércio com China

A China e a Índia oferecem um vasto potencial de comércio que tem sido pouco explorado por países da América Latina e do Caribe, salvo no caso de alguns setores de produtos primários provenientes de países sul-americanos, como as vendas de minério de ferro, realizadas pelo Brasil, através da Vale, para a China.

Assim pensam os cientistas sociais, também diretor da Divisão de Comércio Internacional e de Integração da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Osvaldo Rosales, e também o Chefe da Unidade de Comércio Internacional do organismo Mikio Kuwayama, em um artigo chamado "América Latina ao encontro de China e Índia: perspectivas e desafios no comércio e investimentos", publicado na Revista da Cepal número 93.

Eles detalham o comportamento das economias da Ásia, que consideram como a região mais dinâmica na economia mundial e propõem soluções para ampliar o intercâmbio entre estes países e os latino-americanos.

A China tem crescido a uma média de dois dígitos nas últimas três décadas e seu peso na economia mundial aumentou consideravelmente. O motor deste crescimento tem sido o setor industrial, embora nos últimos anos, a participação de serviços tenha evoluído. A Índia, por sua vez, começou a aplicar em 1991, um programa econômico que permitiu alcançar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) anual médio de 6,4% entre 1995 e 2005. Os pilares deste programa são a liberação econômica e a correção dos desequilíbrios macroeconômicos.

Os dois cientistas da CEPAL, um órgão da ONU, dizem que até agora, as transações entre a América do Sul com a China e a Índia estão focadas na exportação de produtos baseados em recursos naturais. Para eles, a América Latina deveria fortalecer seus vínculos com os dois países asiáticos, procurando uma melhor complementariedade produtiva entre eles, e o estabelecimento de acordos e alianças comerciais, além de investimentos, o que daria maior acesso a estes mercados asiáticos e causaria uma maior incorporação às cadeias produtivas e de exportação da Índia e da China.

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