Para a CNI, uso da capacidade instalada na indústria é recorde

O nível de utilização pela indústria de sua capacidade instalada pelo critério dessazonalizado, atingiu nível recorde tanto em setembro quanto na média do terceiro trimestre, segundo o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Paulo Mol. Em setembro, a utilização da capacidade subiu para 82,7% ante 82,2% em agosto. Na média do terceiro trimestre, a utilização da capacidade ficou em 82,4%, mesmo patamar verificado no terceiro trimestre de 2004, quando houve o pico da série (82,4%). Sobre o dado de setembro, que subiu 0,5 ponto porcentual ante agosto, Paulo Mol considera que essa alta foi pontual e a estabilidade trimestral deve ser mantida nos próximos indicadores.

Para Paulo Mol, o comportamento deste indicador neste ano é diferente do ocorrido em 2004. Ele destaca, primeiramente, que o ritmo de expansão do uso da capacidade tem sido mais lento do que o verificado no período de 2003 a 2004. "O número é alto, mas não é alarmante, embora a utilização da capacidade esteja no mesmo nível do terceiro trimestre de 2004, as realidades são bastante distintas", afirmou Mol destacando a relativa estabilidade do dado trimestral em relação ao segundo trimestre deste ano, quando ficou em 82,3%.

De acordo com o economista, a evolução mais lenta do uso capacidade instalada permite ao empresário ter um prazo muito maior para realizar seus investimentos sem verificar pressões de demanda. Além disso, a competição dos produtos importados é muito forte e dificulta repasse de preços pela indústria nacional. "O ambiente é inóspito para remarcação de preços", disse Mol. Ele disse ainda que, atualmente, a maturação dos investimentos é mais rápida do que no passado por conta da evolução tecnológica.

O outro economista da CNI, Renato da Fonseca, destacou que se for observado apenas o índice da capacidade instalada, o indicador obviamente preocupa. Mas considerou achar difícil que empresários não tenham condição de atender à demanda. Contou também que o ritmo de crescimento em 2004, de mais de um ponto porcentual no trimestre, foi o que determinou que o Banco Central, naquela época, subisse juros. Essa situação não ocorre agora, tanto que o BC não reverteu a trajetória da Selic.

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