Palocci diz que inflação foi vencida e cobra investimento

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, afirmou ontem que o país já venceu a “batalha” contra a inflação e está pronto para crescer, mas acrescentou que a retomada da atividade depende da iniciativa do setor produtivo.

“Agora é preciso que os empresários respondam com o investimento de recursos que levem ao aumento das exportações, das ofertas de emprego e do consumo”, disse Palocci, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV. “Se queremos, verdadeiramente, transformar este país em um País de todos, é importante que todos façam a sua parte.”

A economia brasileira entrou em recessão no primeiro semestre como resultado dos juros altos adotados pelo governo em um esforço para conter as pressões inflacionárias. Mesmo com os cinco cortes na Selic promovidos nos últimos meses pelo Banco Central, a taxa real dos juros no País, estimada em cerca de 8,5 por cento nos últimos 12 meses, está entre as mais altas do mundo.

A Confederação Nacional da Indústria reagiu à última redução de juros do BC na semana passada – de um ponto percentual, para 19 por cento ao ano – dizendo-se “frustrada” e reivindicando cortes menos conservadores na Selic.

Esse foi o segundo pronunciamento feito por Palocci em cadeia nacional de rádio e TV. No primeiro, no final de junho, o ministro frisou que a trajetória da inflação era de queda e também fez um apelo à sociedade, ressaltando que a queda dos juros – na ocasião, em 26% ao ano – dependia não apenas na ação do governo, mas “de toda a sociedade”.

No pronunciamento de ontem à noite, que foi gravado, Palocci destacou a queda do risco país – atualmente em torno de 600 pontos – e o crescimento do índice da bolsa de valores, que indicaria “que os investidores já perceberam que os próximos anos serão de tranqüilidade, de crescimento e de grandes oportunidades em nosso país”.

“Vivemos um novo momento, repito: o fim do ano se aproxima e, com certeza, já teremos um Natal um pouco melhor para o comércio e um Ano Novo com muito mais esperança para o povo brasileiro”, afirmou o ministro.

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