economia

País terá de crescer 3% para garantir folga fiscal, diz Itaú

Para o governo cumprir a meta fiscal de 2018 sem depender tanto do dinheiro que espera receber com leilões e concessões, o Produto Interno Bruto (PIB) terá de crescer pelo menos 3% no ano que vem. Com a economia crescendo a esse ritmo, será necessário arrecadar R$ 10 bilhões por meio dessas receitas extraordinárias, R$ 8,9 bilhões a menos do que o montante previsto no Orçamento.

O cálculo, feito pelo economista Pedro Schneider, do Itaú Unibanco, já desconsidera os R$ 6 bilhões que o governo arrecadaria se tivesse aprovado no Congresso, ainda em 2017, a medida que altera a tributação de fundos de investimentos.

Se a medida tivesse sido aprovada este ano, estaria apta a entrar em vigor em 2018 e diminuiria a necessidade de receitas extraordinárias de R$ 10 bilhões para R$ 4 bilhões, deixando a situação ainda mais folgada. Como tem carência de um ano, ficou para 2019.Pessimismo. Crescer 3% no ano que vem é justamente o que o governo espera para o PIB. Já o mercado financeiro está menos otimista.

O último boletim Focus, pesquisa do Banco Central (BC) que reúne as projeções das instituições financeiras, aponta para expansão de 2,6%. O principal risco é político, o que envolve a eleição para presidente e a reforma da Previdência.

Sem um candidato reformista competitivo e sem a reforma da Previdência, o apetite ao investimento produtivo cai e a recuperação econômica se torna mais lenta.Em simulação mais pessimista feita por Schneider, com avanço de 2%, a dependência às receitas extraordinárias subiria para R$ 25 bilhões. Nesse caso, nem mesmo o montante previsto no Orçamento seria suficiente.

O governo teria de arrecadar R$ 6,1 bilhões a mais para terminar 2018 respeitando a meta, ou seja, com um déficit primário de no máximo R$ 159 bilhões. Uma ajuda poderá vir do projeto de reoneração da folha, que também depende de aprovação do Congresso e tem potencial para render R$ 5,8 bilhões a mais para os cofres da União.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Voltar ao topo