Brasília – O Brasil ocupa a pior posição no ranking dos 30 países ligados à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), quando se compara os gastos feitos pelo país com aposentadorias e a idade da população. De acordo com um estudo apresentado ontem no seminário “Reforma da Previdência: O Brasil e a Experiência Internacional”, o país gasta mais de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para pagar os aposentados do setor público e da iniciativa privada (INSS), sendo que apenas 8% da sua população tem idade superior a 60 anos.
O regime previdenciário no Brasil – que tem uma população basicamente jovem – custa praticamente o mesmo que em países da velha Europa (Itália, França, Bélgica, Holanda, Portugal, Suíça), onde mais de 15% da população tem mais de 60 anos.
Segundo Vinícius Pinheiro, autor do estudo e especialista da OCDE, o peso dos custos da Previdência no orçamento público faz com que o Brasil tenha uma alta carga tributária sobre a folha de pagamento (acima de 30%), o que se reflete em mais gastos salariais para as empresas.
Isso atrapalha a competitividade dos produtos no exterior. Já os países com população mais jovem e regimes mais equilibrados podem reduzir os encargos e baratear os preços de seus produtos. “Com encargos elevados fica mais caro produzir e o Brasil acaba perdendo oportunidades no exterior”, disse Vinícius.