País criará 7,8 milhões de vagas

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, previu ontem um crescimento acumulado da economia brasileira que poderá chegar a 18,1% até 2007, com taxas de 3,5% em 2004 e atingindo os 5% em 2007. O ministro disse acreditar que o crescimento projetado para o período 2003/2007 poderá gerar 7,8 milhões de postos de trabalho. Com isto, segundo ele, será resolvida “uma questão crucial da economia brasileira, que tem o nível de desemprego elevado”. Para a taxa de inflação, o ministro prevê estabilização em 9,1% neste ano e 4% para 2007.

Para 2003, Mantega prevê um crescimento entre 0,8% e 0,9%. O número está levemente abaixo da estimativa de 0,98% feita pelo Ministério do Planejamento no final de setembro, mas acima do prognóstico de 0,60% do Banco Central. “Foi o possível de ser feito em um ano de ajuste”, disse o ministro na Comissão de Serviços e Infra-estrutura do Senado. Ele acrescentou que outras economias que tiveram problemas semelhantes aos do Brasil, como a desvalorização cambial de 2002, apresentaram desempenho muito pior que o do país.

A economia brasileira entrou em recessão no primeiro semestre deste ano, refletindo o forte aperto monetário feito a partir de outubro de 2002. A elevação dos juros visava conter a inflação do ano passado, impactada pela desvalorização cambial em meio à turbulência eleitoral.

O ministro prevê uma retomada da economia no segundo semestre. Segundo tabelas apresentadas por ele, a previsão para o terceiro trimestre é de uma expansão de 1,10% em relação a igual período de 2002. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados do terceiro trimestre no final deste mês.

Para o quarto trimestre, o prognóstico é de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,10% contra o ano passado. A projeção do BC para o PIB de 2003 foi apresentada no último Relatório de Inflação da entidade. Um novo relatório será apresentado no final do ano, podendo conter revisões.

Para a inflação, a estimativa é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha uma alta de 9,1% este ano – acima da meta ajustada de 8,5% -, variação que cairia para 4% em 2007.

A folga fiscal será gasta em 2003 – Guido Mantega negou que o governo precisará fazer um superávit primário superior a 4,25% do PIB em 2003 como forma de abrir brecha para gastos adicionais em saneamento no próximo ano. Para Mantega, esses investimentos serão excluídos do cálculo de superávit primário previsto na proposta de acordo enviada ao FMI, ainda que o governo não mantenha, até dezembro, a economia excedente à meta deste ano. De janeiro a setembro, a meta fiscal foi excedida em R$ 2,9 bilhões.

O quadro de establidade atual e a retomada do crescimento sustentável vão possibilitar redução da taxa de juro real (selic menos inflação) para 8% reais ao ano em 2004. A estimativa foi feita por Mantega.

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