Pacote do governo prevê incentivo para indústria

Brasília – O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, disse ontem que outros setores, além do automobilístico, receberão incentivos do governo no pacote de medidas de estímulo ao crescimento que o governo pretende anunciar até o fim deste mês. Segundo o ministro, esses outros setores ainda estão sendo definidos pelas autoridades e um anúncio deverá ser feito dentro de 15 dias.

A informação de que haverá incentivos para o setor automobilístico foi dada ontem, em Lisboa, pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Segundo ele, além de uma linha de financiamento de R$ 2,5 bilhões para a renovação da frota de caminhões – chamada informalmente de Modercarga -, pode haver redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para incrementar a venda de carros populares.

Mantega disse que essa é uma das várias medidas que o governo vai tomar para reaquecer a economia. Ele confirmou que os demais setores a serem beneficiados também terão incentivos tributários. “Claro, vai sair daí uma política industrial, identificando setores que terão algumas facilidades a mais. O pessoal (do governo) está trabalhando dia e noite para definir os setores e as facilidades que serão dadas.” Sobre as medidas para incentivar as vendas de automóveis, o ministro disse tratar-se de um projeto antigo apresentado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Juros

O ministro do Planejamento afirmou que a deflação de junho apontada pelo IPCA (0,15%) e pelo IGP-DI (0,70%) indica que o surto inflacionário está controlado e, agora, abre-se espaço para a redução da taxa de juros. “Vejo com muita satisfação que conseguimos dominar o principal problema que encontramos. Agora, temos segurança de que o surto inflacionário está controlado, e isso abre espaço para uma redução da taxa de juros que permitirá a retomada dos investimentos”, afirmou Mantega.

Ele disse que, quanto mais a inflação cai, maior é a possibilidade de redução dos juros. “É proporcional. A medida exata o Copom é que vai dar.” Ao responder a uma pergunta sobre o efeito negativo dos juros altos na atividade econômica, Mantega afirmou que o maior custo para a economia é a inflação, que “corta a renda dos trabalhadores e traz temores para os investidores”. E acrescentou: “Esse ônus foi eliminado, não existe mais”.

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