Opep alerta: petróleo continuará caro

Enquanto as cotações do petróleo disparam, a Opep não hesita em advertir os países consumidores de que fará de tudo para que a conta do combustível continue alta. O ministro saudita do Petróleo, Ali al-Naimi, disse ontem que ?no nível em que estão os preços atuais, entre 40 e 50 dólares (o barril), é onde provavelmente permanecerão durante todo o ano de 2005?.

Após defender durante muito tempo um ?preço justo de 25 dólares o barril?, a Arábia Saudita parece ter mudado sua política para as cotações do petróleo, confirmando o que especialistas suspeitavam há meses. O preço atual do barril, calculado segundo o método da Opep (a partir de sete categorias de cru), é de 45,24 dólares.

Esta não é a primeira vez que a Arábia Saudita dá a entender que não vê inconvenientes nas cotações elevadas do petróleo: em 30 de janeiro, durante uma reunião da Opep em Viena, Al-Naimi rejeitou seus efeitos negativos sobre o crescimento mundial. Outros ministros da Opep argumentam que a desvalorização do dólar – a tarifa do petróleo é paga em moeda americana – justifica, para os produtores, o aumento das cotações.

Durante a mesma reunião em Viena, a Opep decidiu, para surpresa geral, suspender seu sistema de ?faixa? de preços de referência de 22-28 dólares (aplicada desde 2000), considerando-a ?irreal?, já que não é respeitada há mais de um ano.

Para os analistas, a declaração do ministro saudita representa um sinal importante: ?É uma mensagem ao mercado de que haverá um aumento da faixa de preços da Opep?, diz Kevin Norrish, analista do Barclays Capital em Londres. ?É possível que isso seja anunciado no Irã?, onde acontece a próxima reunião da Opep, em 16 de março, acrescenta.

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