O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, admitiu que reconhece “algum mérito” no governo do ditador chileno Augusto Pinochet e voltou a afirmar que ele “teve que dar um banho de sangue” para adotar medidas macroeconômicas no país. O comentário, feito à Rádio Gaúcha, ocorre no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro fará visita oficial ao Chile. Declaração semelhante foi feita por Onyx em entrevista ao Broadcast Político, no início da semana, para defender a proposta da reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro.

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“O Chile lá atrás teve que dar banho de sangue para mudar princípios macroeconômicos. Já passaram oito governos de esquerda no Chile e nenhum tocou nisso. Graças a Deus no Brasil e, infelizmente na parte pessoal, o único sangue derramado foi o do capitão Jair Bolsonaro”, disse o ministro ao Broadcast Político, em referência ao atentado sofrido pelo presidente na campanha eleitoral.

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“É uma coisa curiosa até do ponto de vista histórico. No Chile uma coisa sangrenta, e o Chile se rearrumou. No Brasil foi o dele, e graças a deus ele está aí firme e forte. Mas a gente está propondo caminho muito similar ao do Chile (em relação ao modelo previdenciário), e melhor”, afirmou Onyx no início da semana. “O Chile também teve lá seus problemas porque fundo de capitalização sempre é coisa complicada, de vez em quando aparece um espertalhão”, afirmou Onyx no início da semana.

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Na rádio Gaúcha, ele repetiu o raciocínio e foi alvo de críticas dos ouvintes. Ao final, questionado sobre o que quis dizer com a declaração e ciente da repercussão, classificou a ditadura como uma “revolução sangrenta” e disse que, provavelmente, “a turma da esquerda se incomodou” por ele ter reconhecido “algum mérito no governo Pinochet”. “E no Brasil, que o presidente teve de dar seu sangue? Ninguém ficou revoltado?”, questionou.

No Chile, Bolsonaro terá dois objetivos principais: estreitar relações com a cúpula presidencial para a integração sul-americana, e eventual criação de um novo fórum para desenvolvimento, o chamado Prosul, e intensificar a agenda bilateral com o país, segundo maior parceiro comercial do Brasil.