ONS: reservatórios têm ciclo úmido melhor que esperado

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou que os reservatórios estão encerrando o período úmido (chuvas) melhor do que o previsto. “Estamos terminando o período úmido melhor do que esperávamos. A hidrologia da primeira quinzena de abril foi muito favorável”, comentou Chipp. O período úmido no Brasil, quando as chuvas são mais intensas, se estende anualmente do fim de novembro até o fim de abril.

Os dados divulgados nesta segunda-feira, 29, pelo operador mostram que os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste fecharam no domingo, 28, em 62,31% da capacidade total. No Nordeste, o nível de armazenamento era de 48,37%. Diante dos números, o diretor-geral do ONS informou que os membros do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) irão se reunir no próximo dia 9 para discutir a possibilidade de desligar algumas térmicas a óleo de pequeno porte.

“São térmicas que pouco agregam em termos de armazenamento”, justificou o diretor-geral do ONS. Embora não contribuam significativamente para elevar o nível dos reservatórios, essas usinas pesam no bolso dos consumidores pelo custo de geração elevado. Chipp comentou que, dada a incerteza no comportamento das chuvas no fim de 2012 e início de 2013, as usinas foram acionadas por prudência.

“Agora, o CMSE tem mais elementos para tomar uma decisão se vai desligar algumas usinas ou mantê-las até o fim de maio”, explicou. Chipp não descartou que o despacho térmico permaneça ligado a plena capacidade até o fim de maio, uma vez que o mês é considerado um período de transição entre regime chuvoso e mais seco. “Há uma expectativa para maio de que não tenhamos muita chuva no Sul e chuvas moderadas no Sudeste”, disse.

O diretor-geral do ONS deixou claro que a operação do sistema tem como meta alcançar um nível de armazenamento de 47% nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste e de 35% no Nordeste. “A expectativa é ficarmos bem próximos dos níveis-meta com um volume um pouco menor de térmicas”, disse Chipp. Para tanto, o operador trabalha com a expectativa de que as chuvas no Sudeste, Norte e Nordeste fiquem entre 90% e 100% da média histórica para o período que vai de maio a novembro.

“Se pararmos um pequeno volume das térmicas e a evolução não ocorrer como o esperado, o CMSE tem a prerrogativa de retomar o despacho das usinas”, ponderou Chipp. Atualmente, o ONS tem determinado o despacho de 14,7 mil MW médios de térmicas.