Ônibus testam combustível ecológico

Pelo menos 2400 veículos da frota da Urbs devem estar rodando, até o final do ano, com o chamado mad-8, uma mistura de diesel, álcool e AEP-102 (éster de soja). O mad-8 é um dos combustíveis desenvolvidos pelo Programa Brasileiro de Desenvolvimento Tecnológico de Combustíveis Alternativos (pró-Biodisel), do Centro Brasileiro de Referência em Biocombustíveis e do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Atualmente 20 ônibus da Urbs, empresa-parceira do projeto, já rodam com a mistura. Ontem e anteontem, técnicos e diretores das duas entidades, do Ministério da Ciência e Tecnologia e de outros órgãos parceiros reuniram-se em Curitiba para definir as metas e projetos para esse ano. “Os biocombustíveis representam uma alternativa ambiental, econômica e social. Estamos empenhados em desenvolver, cada vez mais, essas alternativas”, explica Ivonice Campos, coordenadora de ações de desenvolvimento energético do Ministério da Ciência e Tecnologia. Segundo ela, o mad-8, cuja composição é de 84,9% de diesel, 8% de álcool e 2,6% de AEP-102 (éster de soja) -, diminui em até 30% a emissão dos resíduos de carbono – fumaça preta – nos motores dos veículos. “Se atingirmos essa meta de 24 mil veículos dá pra dizer que Curitiba vai ganhar um novo pulmão.”

O Cerbio pretende agora, desenvolver a tecnologia para outros sistemas de ingestão. “Queremos utilizar o combustível em todos os veículos movidos a diesel”, explica Ivonice, que espera obter resultados entre nove meses e um ano de trabalho. Além do mad-8, a parceria Cerbio/Tecpar também pretende implementar o B-5. Uma mistura de 95% de diesel e 5% de éster de soja.

Histórico

As pesquisas com combustíveis alternativos são realizadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia há pelo menos oito anos. No entanto, a criação do Cerbio agilizou o processo. O governo federal deve destinar pelo menos R$ 8,2 milhões para o Biocombístivel. Até agora R$ 800 mil já foram liberados.

Ivonice destacou também o impacto ambiental que a utilização maciça do éster se soja traria ao mercado. Atualmente, o consumo/ano de diesel (nacional e importado) é de 36 bilhões de litros, o que equivale a duas vezes e meia a produção do álcool de cana. Segundo ela caso os veículos utilizassem os 5% de éster a produção de soja teria de ser de um bilhão e 800 milhões de toneladas.

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