A Organização Mundial do Comércio (OMC) quer convocar para a semana do dia 10 de dezembro uma conferência internacional para concluir um acordo comercial. A medida seria o primeiro fruto concreto da reunião do G-20 deste fim de semana em Washington. Mas o Mercosul não estará unido nisso. Brasil e Uruguai apóiam um acordo. Mas diplomatas da Argentina dizem que o país será contra a convocação. A Venezuela promete questionar a legitimidade do apelo. A OMC já teria consultado assessores do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, para garantir que um eventual acordo não seja ignorado pela próxima administração da Casa Branca.

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Sábado (15), os líderes do G-20 chegaram à conclusão de que parte da solução para a economia internacional seria o estabelecimento de um acordo comercial até o fim do ano. Os governos concordam que não vão estabelecer novas medidas protecionistas pelos próximos doze meses. Mas não há acordo sobre como realizar uma liberalização dos mercados e hoje embaixadores serão convocados à OMC para debater como seguir o mandato dado pelo G-20. A entidade apresentará hoje seu plano de conclusão do acordo.

O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, disse, em comunicado, que o documento do G-20 deu à Rodada Doha um “estímulo político bastante necessário”. “O que nós precisamos agora é que essa forte demonstração de apoio seja traduzida em ação na mesa de negociação.” Aí começam os obstáculos. O processo de abertura de mercados foi lançado em 2001 e ficou conhecido como Rodada Doha. A idéia era que um acordo tivesse sido fechado até o fim de 2005. Mas, sem um entendimento entre países ricos e emergentes, a Rodada entrou em crise e, em julho, foi paralisada. Agora, a crise internacional serviria como um novo incentivo para a conclusão do processo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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