O Boticário perde o cheiro do Paraná

A empresa paranaense O Boticário, que manteve administração mais familiar ao longo de seus 30 anos, decidiu profissionalizar a gestão. Desde o final do ano passado, a empresa tem um novo acionista: a GP Administração de Recursos, subsidiária do grupo GP Investimentos. A operação foi realizada no dia 18 de dezembro de 2006, mas só ontem a direção do grupo falou oficialmente à imprensa, em coletiva realizada na fábrica, em São José dos Pinhais.

A operação foi realizada através do fundo de investimento IGP, lançado especialmente para a participação na holding G&K, que controla O Boticário.

Com isso, a GP Administração passa a ter participação de 2,41% no grupo, com cotas que totalizam cerca de R$ 50 milhões. O diretor financeiro do O Boticário, Fernando Modé, lembrou que os acionistas majoritários continuam sendo Miguel Krigsner, fundador e presidente da organização, e Artur Grynbaum, vice-presidente. Do total de 97,59% de participação que cabe aos dois, 80% pertence a Krigsner e outros 20% a Grynbaum.

Uma das principais mudanças será a participação de Nelson Rozental, um dos sócios da GR Administração, no conselho de administração da holding ao lado de Krigsner e Grynbaum. O conselho será formado ainda por outras duas pessoas, que devem ser captadas no mercado. Os três novos membros do conselho devem começar a atuar a partir do final de maio.

Novo modelo

Com o novo acionista, a idéia é mudar o atual modelo de gestão. ?Será um outro modelo de governança corporativa. Eles vão agregar ?expertise? em oportunidade de mercado e ampliação da marca, com visão mais externa do que interna da empresa?, afirmou Modé. Apesar de o GP Investimentos ser conhecido como um grupo que investe em empresas, reestrutura e depois as vende, Modé nega que O Boticário esteja se preparando para ser vendido ou para abrir capital. ?Há elementos que credenciam o grupo à entrada no mercado de capitais, existem condições favoráveis, mas não há interesse?, comentou, acrescentando que não existe qualquer estratégia para ingressar no mercado, seja na forma de oferta de debêntures ou IPO?s.

Outra novidade é a concentração no mercado de varejo, cosméticos e perfumaria. Nessa linha, o grupo vendeu o Shopping Estação e o centro de convenções Embratel Convention Center para a BR Malls, em fevereiro, e também deve se desfazer da participação que detém no Shopping Mueller de Joinville (SC).

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